segunda-feira, 12 de julho de 2004

A curiosidade matou o gato

Apesar dos conselhos e pedidos ouvidos, súplicas e rezas feitas, acabei mesmo indo, ontem, à Marina da Penha, na Cidade Baixa, para ver com os meus próprios olhos a tal festa onde bandas de pagode tocam horas e horas à fio a uma platéia que é um evento à parte. Chamada de Uisminofai Fest, filha $$ do Pressão Fest (abordado por este espaço no post de 16 de junho), o evento contou com mais de sete bandas, entre elas Pagod´art e Os Sungas, e teve seus ingressos esgotados três dias antes.

Bem, até aí nada de novo. Aconteceu tudo o que minha amiga kate tinha me relatado: empurra-empurra, dança do mosquito, homens suados rebolando de sunga, filas para cerveja/churrasquinho/banheiro/qualquer-outra-coisa intermináveis, mulheres no cio, homens no cio, etc.

Com minha camisa verde-cana me integrei, junto com mais dois amigos que me acompanharam, aos pagodeiros. A primeira impressão foi a de que, apesar das 12 cores de camisa disponíveis, parecia que estávamos vendo “o mesmo homem” e a “mesma mulher”. Multiplicados. Eles: cabelos alisados/desenhados/pintados de louro/com gel, sobrancelhas feitas (alguns à la Marlene Dietrich) e tênis colorido(ísso)/papete. Elas: cabelos trançados/pintado de louro/com gel, minissaia jeans e sandálias plataforma de plástico coloridas à la Dijean.

A primeira hora, a mais interessante, foi suficiente para encontrar uma definição para aquilo: sex group. As pessoas ficam em êxtase, gritam, se agarram: homem com mulher, homem com homem, mulher com mulher, homem com homem com homem, mulher com homem com mulher, mulher com homem com homem com homem com mulher e assim por diante. Mas é tudo muito tácito, se é que me entendem. E a pagode comendo no centro. Até as brigas eram uma emoção à parte. Ah, e entre uma banda e outra, a praga do arrocha.

Depois, fica tudo muito monótono e repetitivo. As músicas, as danças, as filas, as travecas, as brigas... Lá pelas tantas, duas meninas disputaram um dos meus amigos, que escutou de uma delas:
- Vocês são daqui?
- Não, somos de Brasília.
- De onde?
- Bra-sí-li-aaaa. Estamos conhecendo a cidade, hehe amarelo.
- Está gostan...
Nesse momento, a menina foi empurrada pela outra, que pediu para meu amigo:
- Dança comigo?
- Tá louca, ele vai dançar é comigo. – disse a amiga, provavelmente rival.
A princípio parecia uma brincadeira das duas. Mas, se ele resolvesse ficar com alguma delas, não ia ser nada legal. Daí fomos embora. A música Uisminofai estava sendo cantada pela milésima centésima vez. Outra dessa só na próxima encarnação. Carnaval?

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