terça-feira, 29 de junho de 2004

Abale-se III

Eles são indiscutivelmente, surpreendentemete bonitos, sem enganação, morenaços, cobiçadíssimos e têm uma potência invejável. Deus Grego é o que define essa galera. Agora, qual deus grego, só comprovando. Uma enorme surpresa.

Bem, esta é a terceira e última parte da pesquisa sobre a oferta de encontros pessoais em Salvador com base nos anúncios classificados do caderno Populares do jornal A Tarde. Quem quiser saber mais basta ir no post de 11 de junho e de 09 de junho. Está tudo lá e não vou explicar de novo o porquê disso. Evidentemente que os boyzinhos representam menos de 10% do total de anúncios. E são os mesmos, sempre os mesmos. E as meninas são as mesmas, sempre as mesmas.

Bem, em Salvador, Alex, Ricardo e Alison são os deuses do pedaço. Mas é preciso deixar claro que para que qualquer milagre aconteça é preciso ter o bolso recheado. O carioca Alison, por exemplo, é surpeendentemente bonito, tem olhos verdes, abdômen perfeito e um tórax de tirar o fôlego. Sai por R$ 140,00. Já o gaúcho Ricardo, que tem olhos azuis e é indiscutivelmente bonito, cobra R$ 150,00 uma saidinha. O garotinho também possui carro, o que facilita as coisas.

Mas pagar não é o bastante para sair com esses rapazes. Eles são extremamente exigentes e seletivos quanto às pessoas com quem vão sair. É o caso de Alex (o do trio), de 22 anos, forte, alto e bonito. Para ter o prazer de sua presença ou seus serviços, a cliente (ele só atende mulheres), além de ter dinheiro na bolsa para desembolsar duzentinho, deve ter até, eu disse até, 40 anos, ser bonita e estar “com tudo em cima”. Ou seja, nada de coroa derrubada e tarada.

A “pesquisa” identificou que, enquanto que as louras são as top nos anúncios classificados femininos, os morenos são os mais freqüentes quando falamos de boyzinhos. O engraçado é que moreno aqui na Bahia pode ser qualquer pessoa não-loira, inclusive é muito comum negro identificar-se como moreno ou qualquer outro tom de pele... menos negro.
Gostou? Sai por...

Nessa linha, encontramos o Bruno, moreno macho; o David, moreno bem dotado e recém-chegado do Recife; e o Anderson, moreno musculoso. Este último diz que tem uma “enorme surpresa”. Já o Leonardo, também moreno, tem uma “grandiosa surpresa”. “Experimente”, anuncia. Mas, a grande surpresa mesmo fica com o Miguel. Morenaço, Miguel tem o corpo peludo, é cobiçadíssimo (segundo ele) e é “nativo da ilha”. Adorei essa expressão. Nativo da ilha, não importa qual, é o que há. Não acham?

Um detalhe importantíssimo desses anúncios é que não apenas o tamanho do dote é destacado, mas também a masculinidade, virilidade, etc., dos anunciantes. Fato que é extremamente importante uma vez que os clientes mais assíduos são os gays que se comportam como passivos: Ativo dominador, o mulato Hércules é musculoso, tem um dote estupendo e é hiperviril. Tá, meu bem? Já o Richards tem uma potência invejável. Comprovi (sic). Imagino o Richards falando, hehe! Enfim... O Edu é insaciável e o Douglas pode te dar 22 motivos de satisfação. “Confira!”, diz. Agora, uma dúvida, o Douglas tem 22 aninhos ou tem 22 de... deixa prá lá. Ah, também tem o Carlão, safadão! O Grande.

Os praticantes de algum esporte também utilizam o exercício como um atrativo, digamos que um “plus” a mais. Hehe, gosto dessa expressão chinfrim. Uma atividade física que é realçada nos anúncios é o de nadador. Por que será? Por causa do fôlego dos nadadores? Hum...sei não. É o caso de Rodrigo, que é bonito e liberal, e Anderson. Com 18 aninhos, Anderson diz que é estreante (u-la-lá) e tem cara de asiático. Outra atividade muito citada é a de fisiculturista, como Breno, carioca e dotado.

Outras figurinhas que podem ser encontradas nos anúncios de A Tarde são: o bronzeado Antony, que realiza fantasias; Breno, um homem bonito sem enganação, corpo sarado, olhos cor de mel, discreto, alto nível e, é claro, para pessoas exigentes. Mas também tem Negro, 1,85, 75kg. Ele só atende mulheres e cobra R$ 50,00.

sexta-feira, 25 de junho de 2004

Celebridade


Ainda bem que Celebridade vai acabar. Já não aguentava mais ter que assistir novela. Depois de anos sem me dar ao luxo de estar na frente da TV depois das 21 horas, fiquei esses meses acompanhando a trama de Gilberto Braga, o melhor autor de folhetins para TV. Laura cachorra, Maria Chata, Renato Mendes e a lente de cachorro com catarata de Beatriz entraram para a história da telenovela nacional. Fico aliviado por saber que vai começar uma novela de Aguinaldo Silva (a que talvez assista eventualmente) e depois uma de Gloria Perez (a que não vou assistir nunca jamais em tempo algum, a não ser em momentos que precise desesperadamente de assunto). Noites livres pela frente. Academia volta à cena.

Atualização 28 de junho, às 1:25 PM
Ainda bem que Celebridade acabou. Mas, antes do Até logo, quero dizer alguns "atés".
1) Até quando casamento em final de novela significará o ápice de felicidade? Me incomoda absurdamente isso.
2) Pior. Até quando todos os personagens principais e secundários ficarão com alguém no final, romanticamente, para dizer que estão felizes. Pode parecer besteira, mas é preciso muita força de vontade para não internalizar essas referências e saber que estar junto não significa necessariamente estar feliz ou por cima e estar sozinho não significa necessariamente estar triste ou por baixo.
Fora as bobagens comuns que me fizeram (fazem) não gostar de novela, me diverti muito vendo Celebridade. Fazer o quê, né?

Propagandas incríveis feitas por gênios...

...e aprovadas por clientes mais gênios ainda

Não tenho nada contra publicitários. Nada mesmo. Dizem, inclusive, que propaganda é uma arte e, certamente, ficará marcada como arte típica do século XX. Sei... Tá bom. Provavelmente quem espalhou isso foi outro publicitário metido a “artista”. Mas a questão é que, nos últimos dias, tenho que encontrar forças para suportar os trinta segundos de propaganda diária da Brahma.

Depois de ter conseguido aliciar, em meados de março, o cantor Zeca Pagodinho da concorrente Nova Schin para sua campanha “Amor de Verão”, e ter causado o maior bate-boca não só meio publicitário como também em outras esferas da sociedade (discussões sobre ética e blá, blá, blá...), a cerveja belga colocou no ar a sua mais nova superhipercriativa campanha: uma tal NãnãNãNã. Russuscitada pela África, agência comandada pelo todo poderoso mago (deus, gênio, papa, etc) da propaganda nacional, o baiano Nizan Guanaes, a campanha é uma das coisas mais imbecilizantes que eu já vi. Ou então, eu sou um imbecil que não consigo entender o que significa NãnãNãNã.

Alguém quer me dizer o que significa isso?

Conversa com um amigo meu:
- A melhor propaganda é aquela que fala a linguagem de seu público-alvo. Dessa maneira, ela será melhor compreendida pelo segmento que quer atingir. Me disse.
- Hu-rum... Sei... Mas, pra mim, quem fala NãnãNãNã ou tem uma atitude NãnãNãNã é um débil mental. Uma coisa foi a propaganda com o siri. Um sucesso. Mas o que significa “A cerveja do NãnãNãNã?
- O que eu quero que vc saiba é que a linguagem publicitária tem que ser simples, direta.
- ...

Entendo que depois que o Conar proibiu o uso de mulheres seminuas, animais humanizados, bonecos, animações e afins em propagandas de cerveja, além de cenas, fotos e sons que apresentem a ingestão do produto, a coisa ficou braba para os nossos “artistas”. Mas daí um artista-mago-papa-gênio produzir isso...

Atualização 28 de junho, às 11:30 AM
A campanha está sendo tão malfalada e criticada que agora os gênios estão tentando explicar o que significa o tal NãnãNãNã. Não rola. NÃO ROLA. É muito trite ver qualquer comunicador (qualquer pessoa, aliás) tentar explicar o que deveria ser auto-explicativo.

Mas, eu descobri aqui que a tal expressão é sinônima da frase "vamos dar um tempo e tomar uma Brahma". Dou uma lembrança para quem conseguiu fazer essa relação.

terça-feira, 22 de junho de 2004

Ainda sou um cabide legal, tá?

Sem a presença de Gisele “moda-moda-moda-é-na-C&A” Bündchen, quem foi, sem dúvida, o foco das atenções do badalado evento de moda paulistano, que termina hoje, 22 de junho, foi a modelo inglesa muito rica e doida Naomi Campbell. Depois de pagar um peitinho (peitinho mesmo!) de fora na abertura 17a. edição da São Paulo Fashion Week, percebe-se que a top de 34 anos (18 de carreira) ainda coloca muitas lolitas de 16 aninhos no bolso, ops!, na tanga.

De uns anos pra cá, principalmente depois que se tornou balzaquiana, Campbell virou arroz-de-festa aqui no Brasil. Não é por acaso. Está ganhando rios de dinheiro por aqui. A bela foi contratada, por exemplo, para ser a garota-propaganda de uma certa operadora de celular que tem uma criatividade mórbida em enganar seus clientes e ganhar dinheiro a qualquer custo. Eu quero que essa operadora morra, se é que me entendem. Mor-ra! E aquele bonequinho vá dançar na Baixa de Quintas.

Sobre a SPFW: Se 120 mil pessoas ganharam convite para assistir às novas coleções de 46 estilistas, outras milhares se humilharam diariamente para poder colocar, pelo menos, seu pezinho lá dentro. Estudantes de moda, produtores de moda, assistentes de moda, assistentes de fotógrafos de moda, ex e futuras modelos e aspirantes a fashionistas em geral dominaram o espaço em frente à entrada do evento. Uma cena triste, lamentável. Momento único para aqueles produtores do bem que detêm os passaportes. Fico feliz que não vemos isso por aqui em Salvador... nem no Iguatemi Collection, muito menos no Barra Fashion.

De Tutty Vasquez: "Roxo é o escambau! Naomi Campbell tem aquilo rosa chá. Só se fala disso na São Paulo Fashion Week."

segunda-feira, 21 de junho de 2004

Piu-Piu sem Frajola: sou eu assim sem você.

Música de agora em alguma rádio FM não identificada: Fico assim sem você, cantada por Adriana Calcanhotto.

Avião sem asa, fogueira sem brasa
Sou eu assim sem você
Futebol sem bola. Piu-Piu sem Frajola
Sou eu assim sem você
Por que é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil alto-falantes
Vão poder falar por mim
Amor sem beijinho,
Buchecha sem Claudinho
Sou eu assim sem você
Circo sem palhaço, namoro sem abraço
Sou eu assim sem você

To louco pra te ver chegar
To louco pra te ter nas mãos
Deitar no teu abraço, retomar o pedaço
Que falta no meu coração
Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo

Neném sem chupeta, Romeu sem Julieta
Sou eu assim sem você
Carro sem estrada, queijo sem goiabada
Sou eu assim sem você
Por que é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil alto-falantes vão poder falar por mim
Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo
Por que?

sexta-feira, 18 de junho de 2004

O Mundo é um moinho

Assisti, ontem, ao filme “Cazuza - O tempo não pára” na Sala de Arte do Bahiano. Estava lotada. É estranho ver sala de cinema alternativo lotada, mas eu adoro. Bem, antes de mim, milhares e milhares de pessoas também já foram assistir ao tal “relato ficcional” da vida do cantor carioca. Só no primeiro fim de semana (ele estreou no dia 11), foram 290 mil. É, até o momento, a maior abertura nacional do ano e a terceira maior desde a “retomada” do cinema brasileiro, perdendo apenas para Carandiru e Os Normais. Por que eu disse isso? Por nada, mas esse número dá uma indicação de como será a aceitação “comercial” do longa-metragem.


Daniel Oliveira na fase leãozinho de Cazuza

A despeito da campanha enlouquecedora da Globo Filmes, que “orienta” as afiliadas da rede Globo a cobrirem favoravelmente qualquer lançamento seu por todo o país; das idas de Lucinha Araújo, mãe do próprio, a todos os programas bagaceiros da TV, e de meu preconceito em relação à Sandra Werneck (diretora de Amores Possíveis/Pequeno Dicionário Amoroso), fui ver o filme simplesmente porque sou (no presente) fã de Cazuza. E ele me interessa. E eu sou fã de poucos, muito poucos.

Baseado no livro "Cazuza - Só as Mães São Felizes", escrito por ninguém menos que Lucinha, o filme é careta, não chega nem perto do que Cazuza realmente foi e fez. Mas eu gostei. Sou da geração dos vinte e poucos e alguns anos. Quando o Agenor de Miranda Araújo Neto morreu, em 1989, aos 32 anos, eu era ainda um pré-adolescente. Mesmo. Agora, é só imaginar suas canções na minha cabeça.

Cazuza foi um cantor instigante, intenso, tinha uma atitude rebelde, exagerada. Foi também inconveniente e armava barracos mil na zona sul do Rio. Carioca bem nascido, pertenceu a geração desbunde dos anos 80, que eu considero extremamente over. Os anos 80 são over. Tudo over. “Ame-o ou deixe-o” é a frase que define os anos 80. Um “desbundado” de hoje não chega nem aos pés dos dos anos 80.

O autor de "Exagerado", "Bete Balanço", "Pro dia nascer feliz" e "Brasil" começou a carreira aos 21 anos quando criou o Barão Vermelho e compôs suas primeiras músicas com o Frejat. Entre 1981 e 1990 gravou três discos com a banda e cinco álbuns solo. Foram apenas nove anos de carreira. Tido como um dos principais letristas da história recente da música brasileira, Cazuza assinou músicas com compositores de diversos estilos como Gilberto Gil, Rita Lee, João Donato, Ângela Rorô, Bebel Gilberto (prestem atenção em Leandra Leal, que a interpreta no filme!) e Arnaldo Antunes.

Um ponto interessante de sua carreira - e foi o que realçou a minha identificação com ele – foi que Cazuza não queria apenas o rock. Essa insatisfação foi um dos motivos para que ele deixasse o Barão e seguisse carreira solo a partir de 85. Sem nunca esconder sua paixão pela MPB, o cantor tinha atração especial pelas canções tipo dor-de-cotovelo. Na verdade, o flerte foi com o rock e não com a MPB. Tanto é assim que a música que mais me chamou atenção no filme foi uma de Cartola, que Cazuza costumava cantar, chamada “O mundo é um moinho”:

Ainda é cedo amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora da partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar

Presta atenção, querida
Embora eu saiba que estás decidida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais quem tu és

Ouça-me bem amor
Preste atenção o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó

Presta atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com teus pés


(Por falar de dor-de-cotovelo, eu sou mais chegado às músicas desse tipo compostas por Cazuza do que, por exemplo, às de Renato Russo (morto em 96), outro ídolo dos anos 80, outro que morreu vitimado pela aids. O fundo de poço de Renato é bem mais profundo. Até hoje eu não consigo escutar muito Legião Urbana. Eu sou mais leve. Eu sou mais “Preciso dizer que te amo” do que “Vento no litoral”, se é que me entendem.hehe!)

Quando a gente conversa
Contando casos besteiras
Tanta coisa em comum
Deixando escapar segredos
E eu não sei que hora dizer
Me dá um medo (que medo...)
Eu preciso dizer que te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que te amo, tanto

E até o tempo passa arrastado
Só para eu ficar ao teu lado
Você me chora dores de outro amor
Se abre, e acaba comigo
E nessa novela eu não quero
Ser teu amigo (que amigo!)
Que eu preciso dizer que te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Que eu preciso dizer que eu te amo, tanto...


Ousado, Cazuza foi ainda um dos primeiros artistas na adoção da sexualidade livre como discurso público. Em entrevista a Folha, Frejat disse que estranha o tratamento sexual dado no filme ao amigo. Segundo ele, há ainda uma dificuldade por parte de Lucinha Araújo em reconhecer que Cazuza era homossexual, não bissexual. “Nunca vi prática heterossexual nele. Teve, sim, mas quando não estava completamente convencido de ser gay, bem antes de me conhecer", afirma Frejat. Com relação ao longa, ele diz achar "Cazuza" bonito por não ser "filme para chorar" nem "novela das oito". Inclusive, o ator Daniel de Oliveira (impressionante a semelhança!) fez um Cazuza bem machudinho.


Cazuza fazendo pose

Sandra Werneck se defende com relação às críticas pelo fato de deixar fatos e pessoas importantes de fora do longa, dizendo também em entrevista na Folha, que se fosse para reproduzir com exatidão os fatos, faria um documentário, não uma ficção biográfica. "Claro que a gente inventou muita coisa, mas a gente chupou muito do livro da Lucinha. Há seqüências [no filme] absolutamente tiradas do livro dela, que estavam quase prontas cinematograficamente." Ou seja, filme para mãe ver. (Rola uma história entre os blogs cariocas que Lucinha foi vista em todas as sessões cariocas do filme no Rio).

Cazuza adimitiu que estava com AIDS em fevereiro de 1989, por meio de uma entrevista concedida a Zeca Camargo para a Folha de S. Paulo. A partir de então, a imprensa não lhe deu paz. Em 26 de abril de 1989, a Veja estampou em sua capa uma foto ressaltando a magreza quase esquelética do cantor, com a manchete "Uma vítima da Aids agoniza em praça pública". Em dois dias, 808.869 exemplares da revista se esgotaram. No último parágrafo da reportagem de capa com oito páginas, a Veja praticamente enterra o cantor: "Cazuza não é um gênio da música. É até discutível se sua obra irá perdurar, de tão colada que está no momento presente". Mais uma das verdades ditas por Veja que foram por água abaixo.

A reação foi imediata. Na mesma semana, circulou em vários jornais um abaixo-assinado que ostentava 510 nomes, alguns deles de intelectuais e artistas ilustres: "Porta-voz da Síndrome da Antiética Adquirida, Veja nos oferece um triste espetáculo de morbidez, vulgaridade e sensacionalismo sobre Cazuza". Fernanda Montenegro e Marília Pera, por exemplo, deixaram de dar entrevistas à revista. Os jornalistas responsáveis pela matéria receberam todo tipo de ameaças físicas e morais e tiveram de deixar o país. Assim como o episódio da Escola Base, de São Paulo, a reportagem da Veja sobre Cazuza é tema de discussão sobre ética jornalística de 10 entre 10 faculdades de comunicação.

Minha idéia inicial antes de fazer isso tudo, era colocar apenas frases de Cazuza que eu acho fantásticas, como a de Brasil (Grande pátria desimportante/Em nenhum instante eu vou te trair), que depois abriu a novala "Vale Tudo", de Gilbeto Braga, ou Cobaias de Deus (Me sinto uma cobaia, um rato enorme, nas mãos de Deus mulher/De um Deus de saia cagando e andando), mas mudei de idéia. Enfim...

"Tem gente que se irrita, porque eu canto que todo mundo vai pegar sua pasta e ir pro trabalho de terno, enquanto vou dormir depois de uma noite de trepadas incríveis. Mas o dia-a-dia não é poético, todo mundo dando duro e a cada minuto alguém sendo assaltado ou atropelado. Então, vamos transformar esse tédio todo numa coisa maior. Li uma vez que você vive não sei quantas mil horas e pode resumir tudo de bom em apenas cinco minutos. O resto é apenas o dia-a-dia. Um olhar, uma lágrima que cai, um abraço… Isso é muito pouco na vida. Então, isso vale mais que tudo para mim. Prefiro não acreditar no Day after, no fim do mundo, no apocalipse. Um dia, ainda vou andar na nave espacial Columbus. Bêbado, lógico, mas vou andar! (...) Minha vida é muito assim: sempre morrendo de rir, nunca com tédio. E quer saber de uma coisa? O que salva a gente é a futilidade." Cazuza

Fontes: Eu, site do Cazuza, Folha, Clickmusic, Veja.

quarta-feira, 16 de junho de 2004

No Rrrio, tocha olímpica. Em Essepê, parada gay. E daí?

Daí que Salvador também bombou neste fim de semana, sem dever nada ao Rrrio e a Essepê. Por aqui aconteceu, na Marina da Penha, o Pressão Fest. A Cidade Baixa ferveu. Quem não foi, perdeu. Eu não fui, mas soube que foi um dos maiores eventos já realizados na city. O que aconteceu? Logo abaixo.

Mas, primeiro, o que rolou no sul...

O Rio viveu, neste fim de semana, suas 12 horas de fama olímpica. A cidade, que se candidatou a ser candidata a sede dos Jogos por duas vezes, sem sucesso, entrou em êxtase quando a chama chegou ao aeroporto internacional de Congonhas no avião Zeus.

O deslumbrado jornal carioca O Globo, por exemplo, descreve o evento da seguinte maneira: “Uma festa que levou uma multidão às ruas e em que não faltou emoção: do público, que o tempo todo vibrou, aplaudiu e gritou os nomes de seus ídolos; e dos privilegiados condutores da chama sagrada, que exibiram orgulho e felicidade em sorrisos e acenos”. Dá vontade de chorar.

Cerca de 1,3 milhão de pessoas acompanhou a chama nas ruas da cidade maravilhosa, segundo o RioTur.

Cariocas em êxtase por causa da tocha

A festejada tocha olímpica não “viu” essa recepção calorosa em nenhuma outra cidade por onde passou. No Rio, ela foi escoltada por aviões da FAB, subiu o bondinho do Pão de Açúcar, foi levada de skate, entre outras coisas que só carioca sabe fazer. “Estou extasiado. É a melhor participação popular que já vi. Meu coração é brasileiro”, disse o responsável pela organização do Revezamento Mundial, Steve McCarthy. Embora emocionado, McCarthy trouxe, junto com a tocha, uma equipe de 30 seguranças estrangeiros para protegê-la.

No entanto, a festa carioca não teria bombado se não fosse a elegante participação dos patrocinadores. A Samsung, por exemplo, substituiu o ex-jogador de basquete Oscar, brasileiro recordista de participações em Olimpíadas, pelo presidente da Oi, no momento em que a tocha passava pelo Pão de Açúcar, um dos pontos nobres da corrida. Explicação: a Oi é um dos maiores clientes da Samsung. Adoro o espírito Olímplico.

Abençoado pelo Cristo Redentor, o evento também se tornou mais um trampolim para figurinhas fáceis a procura de uma foto em revistas. Xuxa estava tão cut-cut com as luvinhas segurando a tocha (a chama apagou com ela). Quanto ao patrocínio anunciado por este blog aos velhinhos de Salvador, lamento dizer que teve de ser cancelado. Infelizmente, o grandioso evento não pode ser transmitido pelas tvs. Elas preferiram coisas mais emocionantes, como transmissão da Formúla 1 no Canadá e campeonato de Stock Car. Fiquei indignado. Onde já se viu carioca se esforçar tanto para fazer aquele evento e a Globo não cobrir.


Paulistas em êxtase por causa da parada

Já a Parada Gay de Essepê conseguiu se tornar a maior do mundo, superando a São Francisco, nos EUA. Participaram, segundo os organizadores, mais de 1,8 milhão de pessoas, que lotou a Avenida Paulista. O evento, que teve como tema “Família e Orgulho”, contou com a participação de pessoas de diversos lugares do Brasil que foram pra lá de caravana, entre eles, Pelotas (RS), Campinas (interior de SP) e Salvador. Só para ter uma idéia da dimensão do movimento, em sua primeira edição, o evento reuniu apenas duas mil pessoas.


Ski dum dum. Enquanto isso, em Salvador...

No último domingo, bem próximo à famosa Igreja do Bonfim, em Salvador, foi realizado um dos mais disputados eventos que a cidade já teve notícia. Muitos torceram o nariz para ele e eu vou contar o porquê. Mas, absurdo ou não, milhares de pessoas tomaram as ruas da Cidade Baixa e foram em direção a Marina da Penha, na Ribeira. Tudo isso por causa do Pressão Fest.

Eu não fui e não teria conhecimento do que se passou por lá se não fosse minha amiga fashion e descolada Carine, também conhecida como Kate. “Lotou, transbordou de gente”, me disse. Pois bem: o que aconteceu por lá? Pagode. Isso mesmo. A Marina da Penha tremeu ao som de bandas de pagode. Dez. O show começou às três da tarde e entrou pela noite. As bandas foram encabeçadas por uma conhecida pelo nome Pagod´Art, responsável pela música "Pressão" (“Pressão, vou botar pressão, mamãe”) que deu nome ao evento.

Segundo Kate, a casadinha estava sendo vendida por R$ 30,00 dias antes do show, mas, no local, a disputa para entrar foi tanta que tinha ingresso individual sendo vendido por R$50,00. “Como os ingressos haviam acabado, se uma pessoa que estivesse dentro da Marina fosse para rua, ela era logo abordada por um bando de gente querendo comprar a camisa dela para poder entrar”, contou. Detalhe: Foram cinco cores diferentes de camisa: rosa-choque, preta, laranja, verde-cana e azul. Na próxima festa, dizem, vão ser doze.

Por outro lado, Kate diz que “enquanto não socou o local, eles [os seguranças, a organização...] não fecharam o portão. Cada hora entrava mais gente. Estava tão cheio que não dava nem pra dançar. Você ia para onde o povo, a massa, te levava. As filas para comprar cerveja e churrasquinho estavam imensas. O calor estava tanto que até tinha homem dançando de sunga”.

Mas quem foi pra lá? “Deu de tudo o que você puder imaginar. Tinha mauricinho, patricinha, travesti, sapatona, viado. Tudo, de canhão a deus grego. As piriguetes e os putões, claro, deram plantão. Se sentiram em casa”, diz Kate. “Teve também muitos olhos claros. A negrada toda de lente de contato e cabelos trançados. A platéia era moderna”.

É, quem diria, o pagode ainda ferve nessa cidade. “Quando começava a tocar uma música, o povo começava a gritar, a cantar mais que quem estava no palco. O povo se entregava completamente, de corpo e alma. As mulheres gritavam enlouquecidas”, relata kate. “O povo sabe a letra de todas as músicas. Mas não é a letra que faz as pessoas irem a qualquer pagode, é o swingue, a dança. Você pode cantar a música que for, se tiver uma batida gostosa, a pessoa vai. A pessoa que aprende a letra, aprende para fazer os passinhos”.

Ainda de acordo ela (que se não fosse a própria que estivesse me contando, justo ela que não desce do salto, eu não acreditaria) teve até uma dança do mosquito. Nessa nova dança, os homens ficam em posição de flexão, mas só mexem o quadril pra cima e pra baixo. “Mosquito não morde, mosquito pica, não é? Então, era isso que eles estavam fazendo”. Mesmo? “Mesmo. Foi uma putaria”, define minha amiga.

Que mais?

“Teve pagode em ritmo de arrocha, cantor mandando alô para o povo de Cajazeiras [periferia]. Teve viado que subiu e quebrou no palco. Agora, uma coisa eu digo: teve pouquíssima briga. O único incidente foi uma latada na minha cabeça”, continua Kate. “Ali deixou saudade”.

A periferia ferve. Ainda não tenho registro fotográfico do que aconteceu para poder colocar aqui o formigueiro que foi o Pressão Fest. O próximo, segundo Kate, irá se chamar, Mica Fest. Vou ou não vou?

terça-feira, 15 de junho de 2004

Brrrruuuuu....

Inverno em Salvador pode ser definido da seguinte forma: uma sucessão interminável de frentes frias. A última, por exemplo, chegou no fim de semana passado e, pelo que eu estou vendo, gostou e muito da cidade.

O pior nesses casos não é nem o frio - a temperatura mínima chegou aos 22 graus ontem, mas os transtornos que as chuvas causam à cidade, que nunca está preparada para elas. Quando chove, Salvador literalmente desmancha. É como a chapinha ou a escova que as mulheres fazem para ficar com cabelo liso. Não pode ver água. Não mesmo. Resultado: trânsito congestionado, deslizamentos de terra e alagamentos.


Ai, que frio... Ai, que merda!

Uma última palavra sobre os 22 graus: Abaixo desse valor, os soteropolitanos congelam. Sinceramente, não combina com a cidade. E, como é ridículo andar em Salvador de gorrinho e luvinha a uma temperatura de 20 graus, o jeito é dar um tapa no figurino para não passar vexame e bater os dentes na hora de sair de casa - o momento mais crítico dessa história toda.
Atenção: O inverno só começa mesmo...tipo assim... de verdade, no dia 21.
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PS: Está fazendo um calor insuportável nesse momento. Não é só ridículo sair com gorrinho e luva em Salvador. É um perigo. Mas como já escrevi o texto, ele vai ficar assim mesmo. Tsc, tsc... A city muda de tempo como alguém que eu conheço muda de humor.

sexta-feira, 11 de junho de 2004

Abale-se II

O que é que Pretinha, Amanda Lee e a sereia de Maceió têm em comum? Parte II

Dando continuidade a pesquisa sobre a oferta de encontros pessoais em Salvador com base nos anúncios classificados do caderno Populares do jornal A Tarde, seguem os resultados da segunda parte:

Enquanto as loiras estão praticando o preço premium (é só ver a parte I no post do dia 09/06), as morenas ficam na faixa dos cenzinho, como Bárbara, mulher provocante extremamente bela, corpo perfeito e com 20 aninhos nas costas. “Excelente nível”, diz a gata. Também tem a Bia, sensual, educada, cheirosa, discretíssima. Sai por R$ 80,00. Já a Eduarda, altíssimo nível, tem estilo patricinha. Adorei a descrição, “estilo patricinha” é tudo!

As negras, bem as negras... elas não estão com essa bola toda nos classificados não. Mesmo em Salvador, Natália foi a única negra encontrada na pesquisa. Ela atende coroas. Nesse caso, eu acredito que as mulheres negras têm outros canais de comunicação para informar os clientes sobre o seu serviço. Já a iniciante Adriana, de 27 anos, bonita e carinhosa, se declara mulata bom-bom, um tom de pele, digamos, confuso.

Nessa linha das não-loiras, estão ainda a carinhosa Gabriela cravo e canela, a Índia boca de veludo e a Alesca, cabloquinha (sic) linda, de 19 anos e corpinho definido. A caboclinha sai por R$ 190,00. Aposto, inclusive, que o preço do serviço vai aumentar em conseqüência da novela "Cabocla" da Globo. Será uma tendência a busca e a oferta de caboclinhas nas páginas de encontros pessoais. Pode anotar.

Duas outras “categorias” chamaram minha atenção. Tomei, então, a árdua tarefa de categorizar as meninas. Nada muito rígido, diga-se. São as funcionais e as arrasa-quarteirão. As primeiras são diretíssimas quanto ao seu público-alvo, como a Helen, bonequinha de luxo para executivos, a Pretinha (olhe ela aí!) para mulheres maduras, ou a Raiana, linda loira, que adora coroas. Aqui, incluímos também a Pammella, que gosta de sadomasoquismo, é dominadora e podólatra, e Alyssandra para Lésbica!!! (isso mesmo, com exclamação e tudo). O privê da Aly sai por R$ 50,00.

As bonequinhas de luxo são uma fantasia à parte. É o caso da modelo fotográfica Aline, 1,72m, 57kg, olhos verdes, rosto de princesa e busto rosadinho. Aline supera expectativas e atende tanto homens como casais. Sai por R$ 180,00.

A segunda categoria é uma explosão de sexo só. Ariane, por exemplo, é um mulherão irrecusável (Não consigo nem imaginar); Renata, insaciável, tem alma feminina, é mais ativa e totalmente carinhosa. Muito bom. Mas, com relação à Renata, tenho um comentário a fazer: alma feminina versus a questão de ser mais ativa. Ela, em poucas palavras, joga por água abaixo a teoria de que mulher é passiva. É ou não é? Ela é ativa sem perder sua feminilidade. Enfim... temos também a Adriana, um verdadeiro avião, sensual, elegante, e a liberal Beatriz, coroa, outro mulherão. Segundo ela, conservadíssima (adoro essa palavra).

Já as baianas de adoção são a sensação nos anúncios classificados de encontros pessoais, como a Lara, sereia de Maceió, “que está de volta a Salvador” ou a ardente pernambucana Amanda Lee. Tem a morena paranaense Catherine, lindíssima; a linda loira paulista, Isabella, e a capixaba Suely, de 35 anos. Suely é uma morena bronzeada de cabelos compridos, com 108 de quadril, conservadíssima, que, ainda por cima, tem carro próprio. Além dessa, temos também a Gauchinha morena, que tem lábios carnudos e é muito gostosa e a cigana Samantha, uma explosão de sensualidade. “Confira!”, anuncia.

E quem não arrisca, não petisca. Encontrei ainda o anúncio de uma travesti, de 19 anos, linda! A trava "procura estrangeiros para relacionamento sério. Programa R$ 50,00". Agora, qual é o gringo otário que vai querer relacionamento sério com uma traveca que cobra R$ 50,00. Será que é o preço para um test drive?

Na última parte dessa história... os meninos, ops!, os boys. Será uma enorme surpresa.

Finde movimentado

Finde cheio de eventos importantíssimos nesse mundão de Deus

Patrocínio

Já que a Coca-Cola é a patrocinadora-oficial-do-revezamento-da-tocha-olímpica-no-Rio-de-Janeiro, que acontece neste domingo, 13 de junho, o Danielicius World informa, a quem interessar possa, que será o patrocinador-oficial-dos-velhinhos-que-pararem-nas-ruas-de-Salvador-para-contar-o-revezamento-da-tocha-olímpica.

A tocha passará por 120 mãos aqui no Brasil. Como eu sou o patrocinador, providenciarei, para a ocasião, uma lembrança (pode ser uma viagem a Atenas!!!) para quem acertar a numeração do atleta que estiver segurando a tocha. Uma dica: será entre o 67o e o 113o do revezamento.

Cada condutor só poderá dar close por 400 metros. Depois disso, tem que revezar. Ao todo, serão 49 km percorridos por 17 bairros do Rio, a primeira cidade da América do Sul a "receber a chama".

Em off: O COB esperava que o Rio estivesse entre as cinco cidades candidatas a sediar as Olimpíadas de 2012. Não chegou nem perto. No entanto, no en-tan-to, se a cidade ainda estivesse no páreo, esse evento seria uma eficiente promoção para que ela conseguisse realizar esse tão distante sonho. Como foi um tiro no escuro, o revezamento custará cerca de R$ 7 milhões, pagos pela prefeitura, COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e patrocinadores (ainda assim caro), e não terá o efeito desejado.

Entre os que segurarão a tocha, estarão: Pelé (claro!), Ronaldo (óbvio!), Daiane dos Santos (a estrela da temporada) e Zagallo (?!?). Também conduzirão a chama convidados da Coca-Cola e da Samsung. Paulo Coelho e Xuxa podem dar o ar da graça.

Gay Day
Também neste finde acontece a Parada Gay de São Paulo, considerado a maior manifestação pública do Brasil. Deve reunir cerca de 1,5 milhão de pessoas no domingo, 13. O recorde foi batido no ano passado com a marca de 1 milhão, segundo os organizadores.

Só para se ter uma idéia da força da manifestação, a 3ª Parada do Orgulho Gay da Bahia, que aconteceu no dia 06 de junho, reuniu aproximadamente 20 mil pessoas, de acordo com a Polícia Militar. O curioso é que não parecia uma Parada Gay, mas sim uma Micareta com muitos gays fechativos.

Enquanto isso, em Salvador... zzzzzzzzzzzzzzzzzzzz

quarta-feira, 9 de junho de 2004

Abale-se I

O que é que Pretinha, Amanda Lee e a sereia de Maceió têm em comum? Parte I

Recebi por e-mail uma foto de um texto escrito em forma de classificados. No círculo, aparecia a seguinte mensagem: "Sheila - Lindíssima, irresistível, seios fantásticos, bumbum de ouro, corpo escultural, nível universitário, educadíssima, supercarinhosa. Tenho tantas qualidades que nem sei por que é que eu fui virar puta". Enfim...


Querida, estou procurando emprego, viu?

Esse pequeno e inocente texto provocou, além de riso, curiosidade ao Danielicius World , que procurou saber* como anda a oferta de encontros pessoais em Salvador com base nos anúncios classificados do caderno Populares de A Tarde. O preço de uma companhia na capital baiana varia dos R$ 10,00 aos R$ 250,00. As loiras são as figuras mais freqüentes nas páginas. Ter descendência européia ou ser da região Sul do Brasil valoriza ainda mais o passe por aqui. (Aviso que as descrições são uma comédia à parte. Não foram modificadas. Em algumas - poucas! -, houve alteração da ordem das palavras para uma melhor leitura)

Ana Patrícia, por exemplo, loiríssima, gaúcha, sem decepções, rosto e corpo bonitos, traços finos, cabelos compridos lisos, marquinha de biquíni, descendência européia e condução própria, sai por R$ 200,00. Pelo mesmo preço, pode-se ter a companhia da maravilhosamente bela musa do October Fest, Adrielle de Blumenau, uma loira com pernas torneadas. Por duzentinho, o cliente pode estar ainda com Aiana de Goiânia, também loira, corpo esculpido, toda delineada. Além de naturalmente linda, Aiana diz que o atendimento dela é exclusivo.

Por R$ 150,00, os homens exigentes podem contar ainda com a companhia de Aline, descendente de alemães, branquinha, olhos verdes, busto rosadinho, corpo enlouquecedor, encantadora. Entretanto, a top, top mesmo de Salvador é a Adriane. Loira, é claro, Adriane possui traços finos, olhos azuis e cabelos lisos. “Encante-se. R$ 250,00”, informa o anúncio.

Agora, se grana é o problema, os clientes não devem se “abalar”. A Abídia, que é safadinha e quentíssima e a Adrielle Quentinha estão disponíveis por R$ 10,00. Custam menos que um cineminha no Multiplex. Diversão garantida? Bem, elas topam tudo. As duas, inclusive, não são apenas quentes, elas são a quentinha em carne e osso, ops!, quero dizer, em pessoa, humm... deixa prá lá.(Quem nunca comeu uma quentinha, heim?). Bem, na mesma faixa de preço encontra-se Anne, fogozinha e gostosinha. Anne sai por R$ 15,00. Bernadete também. Só que Bernadete cobra R$ 20,00 a dupla. Ou seja, se o cliente pão duro quiser dar uma segunda, é só colocar mais cinquinho. Nessa categoria de preço, acredito que a mais dispendiosa é a Aline. Bonita e carinhosa, sai por R$ 20,00.

Não percam!!!
Na segunda parte, estarão as chamadas meninas arrasa-quarteirão da cidade, as não-baianas, as morenas, as patricinhas, as bonequinhas de luxo, as que gostam de xota, de coroa, etc.

Ah, e na terceira parte: Eles... os homens dos classificados. Eles são, segundo os próprios, indiscutivelmente, surpreendentemete bonitos, sem enganação, morenaços, cobiçadíssimos e têm uma potência invejável.

* A "pesquisa" foi realizada nos dias 23 e 30 de maio, 04 e 06 de junho.

segunda-feira, 7 de junho de 2004

Eva

Daniela Mercury encerrou, no sábado, 05 de junho, a quinta noite do Rock in Rio Lisboa. No repertório, grandes sucessos de sua carreira, como "Nobre Vagabundo", "Swing da Cor" e "Canto da Cidade", além de músicas de seu recém-lançado CD, Carnaval Eletrônico, como "Maimbê Dandá", "Vou Batê Pá Tu" e "A Tonga da Mironga do Kabuletê". A novidade da aparição foi o megahair à la Eva da musa. Como eu não vou ficar babando pra Daniela, mais informações sobre o show, o deslumbramento e os faniquitos dela aqui.



Momento Eva da crocodila


PS: Ah, não poderia deixar de comentar sobre aquela menina, a Britney "playback" Spears. Dou um tiro em quem compará-la a Madonna.

De Tutty Vasquez: "Axé Lisboa. Saiu o resultado do Rock in Rio de Lisboa: a música baiana foi a grande vencedora do primeiro festival carioca de rock em Portugal". Não preciso dizer mais nada.

sexta-feira, 4 de junho de 2004

E$pero não e$tar aqui na próxima $emana. Número$ 07, 14, 21, 23, 27 e 28. hehe! Terei todos os Romeros Britos que desejar!

Namorados

O dia dos namorados será comemorado no próximo sábado, 12. OK, isso não é o importante. Não no meu caso. Mas, a questão é: Por que ainda não me deram um Romero Britto. Quanta ingratidão!


Aceito como presente. Não precisa ser o original, tá?

quinta-feira, 3 de junho de 2004

Amigos da Nana

O jornal A Tarde publicou ontem nota dizendo que a imprensa do sul (sic) noticia que os "amigos" da família Caymmi estão fazendo lobby para que Nana, Dori e Danilo, filhos de Dorival Caymmi, não aparecem para receber os títulos de cidadãos baianos na Assembléia Legislativa.

O motivo para a birra foram os 90 anos de Caymmi, nascido em Salvador no dia 30 de Abril de 1914. O aniversário passou em branco aqui na terrinha: o único show programado (na Praça Castro Alves) acabou sendo cancelado por falta de patrocinador. Eu ia pra lá, inclusive.

O mais divertido e incrível dessa história é que, de acordo com a nota, a família está dividida. Agora, se isso for verdade, é uma pena... Imagino a carioca Nana fazendo beicinho e batendo o pé, dizendo: "Não quero saber de título de baiana. Pra quê esta porra? Eles nem homenagearam meu pai, aqueles desnaturados". Tome!

Acho que foi por isso que o genial Caymmi compôs a música "Acalanto" pra Nana. Quando ela dava pitty*, ele cantava:


É tão tarde...
A manhã já vem
Todos dormem
A noite também...
Só eu velo...
Por você, meu bem
Dorme, anjo
O boi pega nenén

Lá no céu
Deixam de cantar
Os anjinhos
Foram se deitar
Mamãezinha
Precisa descansar
Dorme, anjo
Papai vai lhe ninar...

"Boi, boi, boi
Boi da cara preta
Pegue essa menina
Que tem medo de careta"


* Pitty - não é aquela cantora rocker modernosa de butique, mas uma gíria local. Lê-se pití, com acento no i mesmo. "Dar pitty" é a versão moderna de "rodar a baiana".

quarta-feira, 2 de junho de 2004

Miss mico universo


U-hu! Pô, tipo assim, sou tudo!


Ontem, a Band retransmitiu para falicidade da nação o concurso Miss Universo, que este ano aconteceu em Quito, Equador. Participaram dele 83 candidatas. A ganhadora? A australiana com cara de surfista muito doida, Jennifer Hawkins, de 20 anos. A loura de olhos azuis vai ficar um ano comendo de graça, bebendo do melhor e viajando pelo mundo com um prêmio de US$ 300 mil no bolso. Nada mal.

No mais, fiquei tentando encontrar a representante brasileira, a gaúcha Fabiane Niclotti. Não vi. Mas, antes disso, já dizia que ela não tinha chance. No meio daquelas tábuas com seios, ela era rechonchuda demais. Se o desfile fosse realizado com o maiô cotelê dourado, talvez ela fosse mencionada. Infelizmente, não foi dessa vez.

Por falar nisso, há 25 anos que uma brasileira não ganha o título. O Brasil só ganhou em duas ocasiões: com Yeda Maria Vargas, em 1963, e com a baiana Martha Vasconcelos, em 1968.

Mas o melhor da festa foram as perguntas finais e a transmissão da Band. Perguntada qual mulher ela escolheria para entrevistar, a Miss Paraguai disse: Evita Perón. Se a argentina estivesse viva, talvez isso pudesse acontecer. hehe! Mas convenhamos, a pergunta, feita por outra candidata, foi super difícil. Tente pensar, reponder e comentar o porquê em décimos. E sorrindo. Eu até agora tô pensando quem eu escolheria. Concorrente bom é concorrente morto!

Quanto aos comentaristas, o desconforto por estar ali falando besteira com Astrid e, ainda por cima, mostrar entusiasmo por aquele mico foi impagável. Alexandre Herchcovitch, Erika Palomino e Sommer estavam chatos. Ou eles são chatos? Sem dúvida, o melhor programa da terça-feira.