segunda-feira, 28 de março de 2005

Eu só quero chocolate

Pois é. Findo o trabalho, qual a recompensa que me dou? Chocolate. Não resisto, sou fanático, viciado, e capaz de cometer loucuras por uma simples barrinha. É evidente que não espero a Páscoa para cair de boca no alimento dos deuses. Isso eu faço semanalmente. Mas, nesta época de sangue, dor e renascimento, eles estão por todo lado. Por isso, faço questão de dar e me dar este prazer, sem culpa. Como resistir? Este ano recebi três. Filei uns quatro.

Dizem que a história do "tchocolath" começou há séculos atrás, com as civilizações asteca e maia, na América Central, mais precisamente onde hoje ficam os territórios do México e da Guatemala. Lá no México, os astecas cultuavam o deus Quetzalcoatl. Ele personificava a sabedoria e o conhecimento e foi quem lhes deu, entre outras coisas, o chocolate. Os astecas acreditavam que Quetzalcoatl trouxera do céu para o povo as sementes de cacau. Eles festejavam as colheitas com rituais cruéis de sacrifícios humanos, oferecendo às vítimas taças de chocolate.

O imperador asteca Montezuma chegava a beber mais de 50 porções por dia - e cuidava sempre de tomar uma dose extra antes de entrar no seu harém. Isto fez com que Cortez, o conquistador europeu, e seus homens acreditassem que o chocolate poderia intensificar sua performance sexual. Ao retornar à Espanha em 1528, Cortez presenteou o Rei Carlos V com algumas preciosas sementes de cacau - e a partir daí, o chocolate começou definitivamente a fazer sua história, tornando-se tão popular e valioso na Espanha que sua produção foi mantida em segredo por mais de um século.

A escassez de chocolate durante o século XVII fez com que este se tornasse um presente de excepcional valor. Contudo, os monges monastéricos espanhóis, responsáveis pela manufatura do líquido, não conseguiram escondê-lo por muito mais tempo. Durante boa parte do século XIX, o chocolate continuou a ser consumido exclusivamente na forma líquida - mas a partir de 1861 passou a ser vendido na forma sólida, acondicionado em caixas com formato de coração. E apenas em 1876, em Vevei, na Suíça, o chocolatier Daniel Peter desenvolveu a técnica de adição de leite ao chocolate, criando o produto final que consumimos até hoje. Veja mais sobre a história aqui.

Como não ficar com água na boca com o filme Chocolate, com Juliete Binoche? Na película, às vezes cansativa, ela prepara delícias achocolatadas que fazem famílias se reconciliarem e casais voltarem a se apaixonar. Sei que é exagerado. Mas quem me dá chocolate já tem meio caminho andado. Outra coisa: sei que é pouco recomendado para a turma das dietas. Sei que é proibido em qualquer spa. Mas, em quanto puder... eu só quero chocolate. Alguém tem uma barrinha aí?
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