segunda-feira, 2 de agosto de 2004

Só se vê em BeÁ

Ontem, a Band Bahia realizou o primeiro debate entre os principais candidatos à Prefeitura de EsseEsseÁ, o que já não era sem tempo. Não que eu goste de topar com político na televisão, não. Mas eu, pelo menos, não agüento mais ver nem ouvir falar da eleição e dos candidatos de EssePê. É evidente que eu entendo que uma disputa que conta com pessoas tão... digamos... espetaculosas como Marta Suplicy, Paulo Maluf e José Serra possa parecer mais interessante para a mídia, mas não é da minha conta. E acredito que de nenhum soteropolitano, ou alagoano, ou belenense, ou goiano, ou capixaba e por aí vai.

No entanto, as redes nacionais empurram goela abaixo a eleição paulistana como de interesse nacional, vendendo que de lá pode sair o próximo candidato à Presidência da República, que o governo Lula vai estar à prova nela, e assim por diante, blá, blá, blá!. Em primeiro lugar, candidatos ligados ao governo Lula estão à prova em todo o Brasil, inclusive em EsseEsseÁ. Em segundo, eleição municipal, como o próprio nome já diz, trata de questões específicas da localidade. Resultado disso: os outros brasileiros ficam mais informados a respeito das promessas que as figurinhas de lá fazem para lá do que de sua própria cidade. Enfim...

O resultado do debate daqui? Bem, Nelson Pelegrino, do PT, precisa mostrar ainda a que veio. Eu sinceramente não acho sua comunicação eficiente. Já César Borges (PFL), candidato do grupo de ACM, estava visivelmente nervoso e vacilante. Embora já tenha sido governador do estado, acho esse rapaz pouco confiável. E o que ele fez no debate? Atacou, atacou, atacou. Só que ele não tem a calma e a fina ironia dos bons atacantes. Em determinado momento disse irritado: “- É risível esse jogo de comadre e compadre”.

O que não deixou de ser verdade. Os outros concorrentes evitaram o combate. João Henrique, do PDT (ex-PSDB e ex-PFL), filho do ex-governador João Durval, foi o mais seguro em suas respostas. Nunca o tinha visto ao vivo e me impressionou, apesar de não gostar dele. A questão envolvendo seu vice, Maurício Trindade, acusado de pedir propina a um empresário para que a empresa deste ganhasse uma licitação da Secretaria Municipal de Saúde no valor de R$ 8 milhões há sete anos foi abordada pelo candidato carlista. Todo mundo já sabe que João Henrique não tem nada a ver com a história. O que todos querem saber é, naturalmente, como essa história só foi denunciada depois de sete anos e em plena época eleitoral. Afinal, Trindade fazia parte do governo de Imbassahy, logo ACM, logo César Borges. Muito estranho...Benito Gama (PTB), sem comentários. Não entendo o porquê de sua presença.

Bônus Track:
Com cerca de 2,5 milhões de habitantes, EsseEsseÁ é a terceira maior cidade brasileira e a segunda, proporcionalmente, mais endividada - a campeã é EssePê e o Rrrio vem em terceiro. É também o município com maior índice de desemprego do país, de acordo com qualquer órgão de pesquisa. Além disso, dos soteropolitanos que conseguem uns trocados no mercado formal, 60% vivem com renda inferior a três salários mínimos. Menos de R$ 780 por mês. Ou seja, se você pensa em procurar emprego por aqui é melhor tirar o cavalinho da chuva. Mas eu continuo aceitando visitas. A hospitalidade da terra continua em cima. hehe! Por sinal, aqui está chovendo horrores e fazendo um frio de rachar. 2O graus!!! Onde já se viu isso, si mininu?

Nenhum comentário: