terça-feira, 17 de agosto de 2004

Alessandra

Cena 1
O time de vôlei do Brasil, um dos favoritos a ganhar uma medalha de ouro nessas Olimpíadas, perde o primeiro set para o time chinfrim da Austrália. Você não acredita, mas sabe, tem certeza absoluta que o time tem condições de virar o jogo e se dar bem no final. Tá, até aí tudo bem. Só que entre você e o jogo existem os narradores de TV, que gritam, te dão susto e deixam os seus nervos à flor da pele em nome de algo que eles chamam de “entusiasmo” e “vibração”. Para piorar a situação, tudo isso acontece depois de você se esforçar para levantar às 9h (da madruga) de domingo depois de uma poderosa balada. Instintivamente, você sente vontade de matá-los. Analisando a situação, qual dessas opções é a melhor para passar essa Olimpíada sem precisar tomar calmantes.
(a) José Luiz Datena, da BAND.
(b) Galvão Bueno, da Globo.
(c) Acionar o botão mute do controle remoto e continuar assistindo.
(d) Cortar os pulsos por não ter pego a última promoção de TV por assinatura.
(e) Não assistir às Olimpíadas.

Cena 2
Uma coisa eu já tenho certeza nessas Olimpíadas: Não verei a prova final da ginasta Daiane dos Santos na próxima segunda-feira, 23. Não tenho condições físicas nem psicológicas para isso.

Cena 3
A pivô basquetebol feminino, Alessandra, virou minha ídola. Ela é "imensa de grande". Alessandra não corre, se arrasta. Não só acerta os lances (é a maior pontuadora do time brasileiro) como derruba quem estiver em sua frente. Adorei. Em entrevista, ela disse: "Fui a cestinha, mas isso não é o mais importante. Estou num momento bom e fisicamente muito bem”. Ô.

- Ei, psiu, me dá aqui. Essa bola é minha!

Bonus Track:
De José Simão, em sua coluna na Folha de São Paulo:
E o basquete Brasil x Japão? Tinha uma basqueteira japonesa chamada Kusuda! E o Cleber Machado disse que as meninas do Brasil estavam indo muito bem no segundo quarto e que, se continuassem assim, dominariam todos os quartos. Suruba na Vila Olímpica! Rarará! E começou o bronzeamento. Ganhamos o primeiro bronze. Em judô. Adorei! Mas bronze a gente pega em Ipanema. Bronzeado a gente já é! E a Globo transformou o Brasil em monarquia: a princesinha da ginástica, o rei do vôlei e a rainha do basquete! Realmente, ninguém merece!

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