terça-feira, 24 de agosto de 2004

...E a vida continua

Entramos na segunda semana de Olimpíadas, com quatro medalhas, uma de ouro, uma de prata e duas de bronze. O Brazil do futebol está em trigésimo segundo lugar no quadro. Bem, não vou ser leviano como muita gente aí e dizer que “estou cansado de ver brasileiro perdendo”. Reafirmo que não deve ser esse o nosso olhar. Não somos potência olímpica. Aliás, como previsto aqui, foi um choque nacional, minto, da mídia nacional, o fato da ginasta Daiane dos Santos não ter conseguido o ouro na final do solo da ginástica artística. Podem procurar por aí como eu fiz, mas infelizmente aqui é um dos poucos lugares onde verão a Daiane vencedora.

Em um exemplo de lucidez, ela disse: - É o esporte, um dia a gente ganha, outro perde. O vencedor é aquele que, quando perdeu, luta para um dia ganhar de novo. E eu digo: - Como na vida. Assim como a ginasta, que com um quinto lugar conquistou a melhor colocação da história da ginástica artística brasileira em Olimpíadas, outros brasileiros também marcaram seu nome no esporte nacional: César Castro, no trampolim de 3 metros, com um nono lugar, e a equipe feminina de futebol. É bom lembrar que a masculina nem foi classificada.

* A judoca grega de 20 anos que brigou com o namorado e pulou do terceiro andar do apartamento que dividiam em Atenas morreu hoje. O namorado, que dois dias depois também pulou da mesma sacada, continua em estado grave. A polícia grega segue a hipótese defendida por este blog no texto "O amor...Ah, o amor...”, de 10 de agosto: paixão.

* Acompanhar os jogos pela internet é hiper hype. Mas, por que brasileiro só ganha no penalty ou no tie break?

Enquanto isso...

Em Essepê:
Numa visível e selvagem estratégia de “limpeza humana”, já são seis os moradores de rua mortos nas ruas do centro da mais “rica” cidade brasileira desde o dia 19. Dez estão internados em estado grave. Foram agredidos na cabeça a pauladas e com barras de ferro. Na falta e na falha da polícia preventiva, a outra, a que investiga, está seguindo três linhas: briga entre os próprios moradores (que eu não acredito), ação de grupos organizados - como os skinheads (que prega violência contra nordestinos, negros e homossexuais) - e movimento financiado por comerciantes que atuam na área (que eu acho o mais provável). Em artigo publicado neste sábado, o jornalista Luiz Caversan diz que nem todo o ser humano foi criado à imagem e semelhança Dele. Existe gente de quinta ou sexta neste mundo, que dá nojo, raiva, asco e repulsa. Arnaldo Jabor também fala o que é ficar de cara com a miséria.

Em EsseEsseÁ:
Numa visível e articulada estratégia de “limpeza humana”, o mais importante projeto social da terceira maior cidade brasileira está em silencioso processo de extinção. Na sexta-feira, 13, em função de um protesto de moradores, o jornal A TARDE denunciou que a Fundação Cidade Mãe, criada na gestão da prefeita Lídice da Mata, no início da década de 90, deixará de atender a cerca de 800 jovens carentes em decorrência do fechamento de algumas de suas unidades. A atual administração do prefeito Antônio Imbassahy, ligado a ACM, não está repassando as verbas para a instituição. Referência em inclusão social e cidadania, a Fundação “abriga(ava)” sete mil crianças e adolescentes, de 8 a 18 anos, de bairros pobres ou com altos índices de violência. Oferece a essas pessoas uma série de atividades educativas em horário alternativo ao da escola regular, como oficinas de cultura e esporte e qualificação profissional (técnico de informática, serigrafia, garçom, etc.). No entanto, alguns professores, sem salários, já se mandaram. Para essas pessoas, os cursos oferecidos pela instituição é uma das poucas oportunidades que terão de não se tornarem moradores de rua. Com a denúncia, a prefeitura voltou atrás e informou que retomou as atividades.

No Rrrrio:
Tiroteio em Copacabana e Globo.

Em Piriri do Mossoró:
Ninguém tá nem aí. Pra nada.

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