sexta-feira, 29 de abril de 2005

Plim Plim

Ou: Com paixão, talento e uma forcinha política, Globo chega aos 40 anos.

Voltei. Não vou dizer que não postei por preguiça (verdade), mas porque tive que fazer uma viagem longa (mentira) por motivos pessoais (mentira). Enfim... Nesta semana, a TV Globo do Rio de Janeiro comemorou 40 anos de inauguração. O teminha “Bom Dia” com um bando de gente vestida de branco está aparecendo a todo momento na telinha. Admito: Tenho medo. Bem, a TV carioca foi a primeira emissora de televisão das Organizações Globo, que viria a constituir, ao longo dos anos da ditadura militar, uma rede nacional de emissoras próprias e afiliadas que se transformaria em uma das maiores, mais lucrativas e mais poderosas redes de televisão do planeta.

-Bom diiiiiaaaaa

Ciente desse patrimônio, a cada dia, depois da novela-fiasco América, a rede está apresentando especiais que remetem a todos os gêneros de programas de sua grade. Falta de criatividade grita a todo instante. De onde saíram tantos programas toscos? É aquela festa na terça-feira? O aspecto hollywoodiano da noite de gala foi algo assim... digamos...no mínimo fake. E porque a seleção brasileira de futebol (!?) fez uma homenagem ao aniversário da emissora em um jogo contra a Guatemala (quem?!). Agora, veja! Por que não contra a Alemanha? Estou indignado. Alguém, por favor, me explica por que a seleção homenageou a Globo? E com Romário!!! Foi demais.

Bem, a Vênus platinada gaba-se de ser a grande divulgadora no mundo da cultura brasileira. Para o bem ou para o mal, é verdade, principalmente em função das novelas, de longe seus produtos mais rentáveis. Só para se ter uma idéia, em 2004, as produções da Globo, de novelas a mini-séries e musicais, foram vistas em 62 países e faladas em 24 idiomas. Portugal continua a ser o principal parceiro da emissora.

Balão Mágico e Xuxa: alguma criança da década de 80 os renegaria?

Mas, o que fez com que a TV carioca se transformasse nesse imenso conglomerado? Paixão? Talento? Sacadas estratégicas geniais? Ah, não mesmo! Aliás, somente as pedras da Chapada Diamantina ainda não conhecem a estreita relação entre a Globo e o poder neste país. Resumidamente, a TV Globo foi ao ar no Rio em 1965, pouco mais de um ano após o golpe militar. Um pouco antes, em 1962, o Seu Roberto havia assinado com o grupo americano Time-Life um contrato de colaboração, mantido durante muito tempo como uma espécie de segredo de Estado...

O acordo, que era contra as leis brasileiras, deu vantagens decisivas ao dono da Globo. Vantagens, digo, em milhões de dólares. Como antes do AI-5 o Congresso ainda funcionava com certa liberdade, o acordo motivou uma CPI. No final, a comissão apresentou um relatório considerando o acordo ilegal. Dessa maneira, a parceria foi dissolvida em 1969 e Roberto Marinho ficou com total controle da TV Globo, enquanto suas concorrentes Excelcior e Tupi entraram em declínio. Elas faliram e perderam a concessão, respectivamente, em 1970 e 1980. Para quem quiser saber mais, toda essa história está documentada no livro "A Verdadeira História da Rede Globo" de Daniel Herz.

Chacrinha e TV Pirata: a cara do Brasil

Com a ditadura, o crescimento passou a ter uma ajudinha oficial, uma vez que a televisão e o futebol tinham o objetivo, na época, de integrar o Brasil. Por isso, o primeiro telejornal a atingir praticamente todo o território brasileiro foi (qual? qual?) o Jornal Nacional, esse mesmo, apresentado pela primeira vez em setembro de 1969. Foi assim nasceu a rede. Em 1972, o período mais duro da ditadura, o presidente Médice fez uma famosa declaração: "Sinto-me feliz todas as noites quando ligo a televisão para assistir ao jornal (Nacional). Enquanto as notícias internacionais dão conta de greves, agitações, atentados e conflitos em várias partes do mundo, o Brasil marcha em paz, rumo ao desenvolvimento. É como se eu tomasse um tranqüilizante após um dia de trabalho." Não sei, mas pode ter sido daí que surgiu a história de que o Jornal Nacional tinha até pouco tempo a “mania” de colocar uma matéria positiva, ou pra cima, depois de uma notícia pouco agradável. Enfim...

Mas a questão é que nas últimas quatro décadas, os exemplos de interferência direta da Rede Globo na política são numerosos, passando pelo boicote à campanha para a realização das eleições diretas, em 1984, e pelo apoio a Collor expresso, sobretudo, na reedição do último debate entre os candidatos no segundo turno das eleições presidenciais de 1989 e, depois, pelo apoio tardio ao movimento pelo seu impeachment, em 1992. Eu não sou carioca, mas sei que Brizola e a Globo não se davam. Inclusive, reza a lenda que Brizola disse que caso fosse eleito presidente, a primeira coisa que faria quando sentasse na cadeira presidencial e pegasse na caneta mont blanc presidencial, seria tirar a concessão da Globo. Bem... Brizola nunca foi eleito presidente, não é mesmo? Aliás, para não perder um bonde da história, em 2004, após a confirmação da vitória, Lula ganhou mais de 20 minutos de entrevista no Jornal Nacional. Muita coisa para quem só aparecia na telinha do plim-plim em horário eleitoral gratuito ou para ser avacalhado. A Globo atualmente segura a ondas de Lula. Onda não: ondas.

"Sua desclassificada", diria Odete Roitman à Gabriela, duas das personagens mais marcantes da Globo

O resultado de tudo isso é que Globo tomou a dianteira na cobertura de fatos importantes do Brasil e do mundo e também na introdução de tecnologia moderna: transmitiu ao vivo a Copa do Mundo de Futebol na Inglaterra, em 1966; foi pioneira na transmissão, via satélite, do lançamento da nave espacial Apollo IX, em 1968; a primeira a operar em rede no Brasil, com o Jornal Nacional e a primeira a estrear uma programação nacional em 1975. Além disso, abriga os melhores profissionais da área. Trabalhar na Globo é símbolo de status e fama. Pode comer qualquer um... (hehe!)

Por falar nisso, tem outro ponto que eu acho interessante quando se fala da Rede Globo. Se eu não estiver enganado, depois da implantação do Plano Real, em 94, onde a galera miserável (a maioria da população brasileira) passou a adquirir eletroeletrônicos e a comer frango e a classe média teve acesso a TV à cabo, a audiência da Vênus Plantinada deu uma cambaleada. Surgiram programas populares, movidos a sangue, e o decantado padrão Globo de qualidade foi posto à prova. A década de 90 foi praticamente um inferno astral para a emissora carioca, que detém a maior fatia do bolo publicitário brasileiro.

- Já fui! Deixo o meu legado para o Brasil!

E para não dizer que só falei mal da Globo e estou cuspindo no prato em que comi, admito que tive bons momentos com o monopólio da Globo. Sem opção, o que há de se fazer, não é mesmo? Bem, começando pela minha infância na famigerada década de 80: curti bastante o Balão Mágico (tudo), Sítio do Pica-Pau Amarelo (a cuca era uma coisa terrível! Só fui descobrir que era um jacaré anos depois), Xuxa com as paquitas e os brinquedos da saudosa (!?) Estrela. Odiava o Chacrinha, mas depois que ele morreu, sinto saudade. Depois, novelas memoráveis, programas de humor como TV Pirata que fazem falta, enfim... Espero que os próximos 40 anos sejam um pouco diferente. Se ela chegar até lá.

Agora, responda: O que você gosta e o que você odeia na Globo?.
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Um comentário:

Anônimo disse...

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