sexta-feira, 17 de junho de 2005

Vá trabalhar, vagabundo!!!!

Ou: Qual a sua relação com seu chefe? Você tem chefe, né?

Definitivamente, as relações no trabalho são algo que provocam discussões bastante calorosas. Não tem jeito, se você não é empresário, ou, para usar um termo mais atual, empreendedor, tem que engolir sapos, sim, se quiser manter seu rico (há!) dinheirinho no final do mês. Vou abrir um parênteses. Aqui entre nós, eu, particularmente, acho que se aventurar em algum negócio no Brasil como empreendedor é mais uma conseqüência da falta de alternativas no mercado de trabalho do que, digamos, talento de nosso povo. Sabe, dizer aquela frase mágica “Odeio receber ordens, vou abrir minha própria empresa. Fodam-se todos. Fui!!!” é, para dizer o mínimo, um risco. Afinal, é bom saber que ao iniciar um negócio, você se torna uma franquia do governo. Mais da metade do que você ganhar vai parar nos cofres públicos. Estimulante, né? Fecha parênteses.

Então, vamos combinar que você é empregado, tá? Um assalariado, ô inferno! Afinal, você estudou pra caralho (sua bunda dói até hoje de tantas horas perdidas na madrugada), fez faculdade, não quer e nem tem talento para abrir firma nenhuma, e está naquele emprego que você se agarrou para pagar suas contas e comprar “uns pano”. Combinado? Então, temos uma coisa em comum: chefe.

Recentemente, a Justiça julgou casos que estão dando pano pra manga. Chefe pode mexer no seu e-mail e pode, olha que engraçado, falar alto contigo. Mas, bisbilhotar o e-mail não é invasão de privacidade? Mas, gritar é mesmo a melhor maneira de aumentar a produtividade do subordinado? A Justiça entende que não.

Caso 1
Juízes do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, ao julgar o caso de um ex-funcionário da Livraria Siciliano no início deste mês, - que além de entrar com um processo por verbas devidas pela empresa, solicitou indenização por danos morais, baseado em tratamento considerado rigoroso e ofensivo por parte de seu superior –, entenderam que não se caractariza dano moral se o superior hierárquico é enérgico em suas cobranças, desde que não ofenda os seus subordinados.

Caso 2
Um funcionário do HSBC foi demitido por justa causa após a instituição descobrir que ele utilizava o correio eletrônico do trabalho para enviar aos colegas fotos de mulheres nuas. Um tarado, praticamente! O empregado entrou com uma ação na Justiça e os juízes do Tribunal Superior do Trabalho disseram no mês passado que ele estava errado, e que o chefe tem o direito, sim, de violar o sigilo de correspondência de caixa eletrônica que ela tiver colocado à disposição do funcionário. Foi o primeiro julgamento do tema no Brasil. Em tese, o ex-funcionário ainda pode recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal), alegando que a empresa violou o direito ao sigilo de correspondência.

Com relação ao grito, e eu que trabalhei em algumas empresas de comunicação entendo muito bem isso, é uma “ação” extremamente comum, chega a ser um mantra. Sabe a relação Clark Kent e Perry White, chefe do jornal Planeta Diário? Pois é. Mas tudo tem seus limites, principalmente nas relações no trabalho. Como é comum ver ou saber de histórias de gente que passa dos limites, confundindo autoridade com autoritarismo, agüente rompantes de gente desequilibrada até onde puder. Agora, ser exposto a situações humilhante e constrangedoras em público... aí, não! Isso já é assédio moral. Veja aqui alguns dos tipos mais comuns de chefes sem mãe. Quanto ao e-mail, isso é bem fácil: se a empresa lhe dá um e-mail para você trabalhar, porque você vai mandar mensagens pessoais por ele? Vacilo puro. Concordam? Não?

Por acaso, você não está lendo isso aqui do trabalho, não é? Huuummm... Abafe o caso!!!

Bonus track
O chocolate quente custa cinquenta centavos aqui perto. Então, eu coloquei uma moeda de um real na máquina e ela me devolveu cinco moedas de dez centavos. PLENC! PLENC! PLENC! Não parava de cair moeda. Me senti num cassino em Las Vegas. Quase gritei "Uau, ganhei!!!!!". Ganhei algo além dos quinhentos milhões de calorias.
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