segunda-feira, 6 de junho de 2005

Uma estrela decaída

Ou: Complô que nada. É incompetência mesmo!

Não dá mais pra se fingir de peixe morto. Vou te contar, viu?, mas o festival de trapalhadas, que parece interminável no governo do PT, impressiona. Os integrantes do governo agem como um bando de desorientados, um querendo tapar o buraco do outro e, por tabela, acaba cavando um mais fundo. Recordo-me que já vivi isso lá no meu tempo de secundário e também na faculdade e sei como é. Sem liderança, cada um toma para si a inglória tarefa de colocar a casa em ordem, e aí já viu, né? vira uma bagunça, cada um querendo gritar mais alto. Acho que todos nós já passamos por isso, em maior ou menor grau, basta o nível de comprometimento.

Pois é, profissionalmente, já que são pagos pelos nossos impostos (que são incontáveis), os integrantes do governo estão agindo da mesma maneira. Resultado: está sendo um desastre. Pelo menos, estou vendo desta maneira. Se o PT queria uma crise, ela está aí. E não venham me dizer que é um complô contra o PT. Qualquer crítica que se faça a esse governo é vista com má vontade ou perseguição, inclusive por alguns amigos meus. Imagina criticar Lula... Até agora, eu pergunto, tudo de ruim ou qualquer desastre ou crise de pequena monta que aconteceu neste governo foi culpa de quem? Do próprio PT, ora, que age como se estivesse no secundário. Imagine se a atual oposição (PFL, PSDB, PMDB ?!, etc.) agisse como o PT fazia enquanto oposição.

A minha opinião é que a administração de Lula é confusa, desorganizada, sem idéias claras e tem uma execução deficiente. Cadê o Fome Zero? Recentemente, o IBGE divulgou que os ricos estão ficando mais ricos no Brasil e os pobres mais pobres. Cerca de 57 milhões de brasileiros “vivem” com meio salário mínimo. Aliás, em matéria de conversa mole pra boi dormir, é surpreendente as ações de marketing do partido. Elas deixam as propagandas do PFL de ACM aqui na Bahia, que nós baianos convivemos há muito tempo, como algo para ser visto em colégio de moças recatadas: recentemente vi uma propaganda sobre a reforma agrária, com as pessoas (atores) felizes e satisfeitas com a terra ganha do governo. Dá para acreditar nisso?

Já estou envergonhado pelo esforço surpreendente do governo em barrar a CPI dos Correios. Me pareceu muito esquisito. Alguém acredita que Roberto Jéferson não participava daquilo? E aí vem Lula e diz que dá cheque em branco para seus aliados. Pois bem, o Roberto preencheu o cheque e o que se vê agora é um esgoto a céu aberto. Está sendo noticiado que os congressistas aliados ao governo recebiam uma mesada de R$30 mil por mês para aprovar projetos.

- Eu sou honesto!

A prática durou até o início deste ano, quando Lula soube e “chorou”. Mas já tinham conhecimento do mensalão os ministros, entre outros, José Dirceu (Casa Civil), Antonio Palocci (Fazenda) e Ciro Gomes (Desenvolvimento Regional). O esquema beneficiaria principalmente o PP e o PL. Pois, em função da torneira fechada, o governo federal passou, então, a enfrentar dificuldades com a base aliada no Congresso. Veja entrevista do Jéferson na Folha sobre a “mesada” aqui.

Bem... não sei se Lula como presidente de um país de 170 milhões de pessoas senta a bunda na cadeira para despachar, para ler alguma coisa. Afinal, ele já afirmou que não gosta de ler, mas que vê na leitura a sua importância. Na época em que eu votei nele, via nisso um pormenor, afinal achava que ele saberia liderar, em decorrência de sua experiência, pessoas capacitadas para pastas específicas. Sabemos que muitas vezes pessoas letradas não têm o verbo necessário para a liderança. Mas agora vejo que foi um erro.

Mais um bem. Bem... cabeças serão cortadas, naturalmente. Espero que o PT não se mate nem intimide ninguém a deixar o partido, como fez com Suplicy por ter votado a favor da CPI dos Correios. Triste isso... muito triste, porque ainda são muito claras as cenas que vi logo após as eleições em 2004: pessoas comemorando, felizes, com a chegada do operário semi-alfabetizado ao poder central. Acredito que nunca vou me esquecer daqueles dias, até porque me sinto traído. E eu tenho muita raiva de ser enganado. A forma como o governo vai agir nesse episódio determinará o meu voto em 2006. Se eu ainda estiver nesse paisinho miserável. Provavelmente estarei.
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