terça-feira, 22 de novembro de 2005

África-Brasil

Tendo como cenário o Farol da Barra, EsseEsseÁ sediou no último fim de semana o I Festival África-Brasil. Com a idéia de "celebrar a ponte cultural e estreitar os laços entre o Brasil e o continente africano", o evento teve a participação de músicos de diferentes países de África e de grupos e artistas nacionais... minto, baianos. Cada um fez apresentações que, se não me engano, duraram uns 30 minutos. Muito pouco.

Do lado brasileiro (ou baiano), tivemos o básico: Olodum, Margareth Menezes, Carlinhos Brown, Ilê Aiyê e Daniela Mercury, Male de Balé, Muzenza, etc. MV Bill e Preta Gil (?!) deram o caráter Brasil do festival. Do lado africano, artistas de países como Angola (Paulo Flores e Banda Maravilha), Senegal (Didier Awadi e Coumba Gawlo) e África do Sul (Thandiswa Mazwai). Devido a problemas de saúde, a cantora sul-africana Miriam Makeba cancelou a apresentação. Lokua Kanza não veio. Não sei o que aconteceu ainda.

A diva Cesária Évora e a senegalesa Coumba Gawlo


No entanto, a atração mais comentada e esperada foi a diva cabo-verdeana Cesária Évora, que se apresentou pela primeira vez na Bahia. Imediatamente, me lembrei de minha querida amiga de Cabo Verde, irmã de alma e coração, Margarida, que estudou comigo na faculdade. Muitas saudades de nossas conversas e peripércias.

Particularmente, achei que os shows não arrebataram o público, que, para mim, se mostrou disperso, a não ser quando os senegaleses entraram no palco. No sábado, com o rapper Didier Awadi e, no domingo, com a elegante cantora Coumba Gawlo (A Beyoncé do Senegal - hehe!). Acompanhada de dois dançarinos (Eles não dançavam. Voavam!), ela encantou os baianos com um show vibrante. Virei fã.

Fazendo o balanço, o evento, que se mostrou interessante pela proposta, merece ser melhor elaborado e executado. Afinal, hoje, mais do que nunca, o relacionamento entre as duas margens do Atlântico se intensifica cada vez mais. Ficou a impressão de que tudo foi feito às pressas, apesar do dinheiro da Petrobrás. Também é preciso definir se o evento vai se restingir aos artistas baianos ou se vai trazer nomes nacionais dentro da proposta Brasil-África. Eu fico me perguntando o que Preta Gil estava fazendo neste festival. Será que tem alguma relação como o fato do pai dela ser ministro da Cultura? Afinal, o Ministério, ao lado do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) foram os promotores do evento.

Enfim, esperemos pelo Mercado Cultural. A cidade fica interessantíssima, colorida, bela. Ferve.

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