segunda-feira, 19 de junho de 2006

Música é perfume

Ontem, chegou aos 60 anos uma das figuras que mais gosto e admiro na MPB: Maria Bethânia. Sempre que ouço, que vejo Maria Bethânia, eu tenho um pouco mais de carinho pelo ser humano. É engraçado, mas são poucos os artistas que me fazem acreditar em sua obra e, de certa forma, me interessar por ela. Afinal, sua marca ultrapassa o simples ofício de cantar, coisa que muita gente faz por aí e melhor. Motivos para admirar: vários, principalmente por me apresentar o mestre Fernando Pessoa, outra referência.


Lembro-me de um dia em que fui em Santo Amaro (município em que todo mundo se acha artista) e passei em frente à casa de D. Canô, mãe de Bethânia e Caetano Veloso. O local é ponto obrigatório, assim com a Igreja Matriz e o falecido rio Subaé. Perguntei: "- Carcará tá aí?". Óbvio que ninguém me respondeu, mas eu tinha que fazer isso. Foi uma catarse. Mas uma brincadeirinha.

Canção para a mulher que canta
(para Maria Bethânia, e todos os que vivem sua arte), por Lya Luft.

Tu que és pássaro e és fonte,
Tua arte feita passo, traço e canto
Lança suas redes sobre nós
que em penumbra e espanto te contemplamos
Teu fervor desenha uma paisagem onde seremos deuses,
cravada a tua voz em nossa alma
No exílio desse palco pairas sobre nós,
diante de nós te acendes:
Como faríamos, transidos e encantados,
se tivéssemos a chama que te queima
E esse dom de ser rio
E de ser ponte

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