terça-feira, 16 de maio de 2006

E aí, o Brasil vai ser hexacampeão?

Não faz muito tempo - na verdade dois posts anteriores - escrevi aqui o que considerei como sendo uma espécie de teatro do absurdo a ação do Exército no Rrrrrio. O tema era, claro, segurança. Depois de assistir de camarote a guerra que se instalou em EssePê nesses útlimos dias (Já acabou?), fica a pergunta: que país é esse? Sei, sei, a pergunta não é nova. Mas é sério, tô falando S-É-R-I-O! A segurança volta à tona!


Caros conterrâneos e afins: como pimenta no cu dos outros é refresco, olhar EssePê nesse momento com o alívio presunçoso de que isso só acontece por lá é um erro. Um erro lamentável. Os paulistas viveram o que nós, soteropolitanos, já experimentamos em menores proporções. E os cariocas também. Ah, e quer saber? Esse negócio de ficar em casa "preso", com medo e impedido de sair para trabalhar ou fazer qualquer coisa na rua já virou natural, rotina no país. Alguém tem coragem de ir para esses interiores onde quem tem arma, manda? O que é Altamira, no Pará, hein, minha gente? Enfim... Cada um com suas peculiaridades.

O episódio em EssePê me fez recordar o que passamos aqui em EsseEsseÁ. Foi em julho de 2001 quando policiais entraram em greve. Na época, a terceira maior do País retrocedeu ao estado de natureza, à "guerra de todos contra todos". Em 13 dias de greve, diversos estabelecimentos foram saqueados, incendiados ou invadidos. Ônibus deixaram de circular e até os bancos foram proibidos de abrir. À noite, os locais históricos ficaram às moscas. Quem pôde, fugiu da cidade às pressas. Foi um drama, um inferno. Pela primeira vez na minha vida senti o que é o horror da barbárie, da impotência diante de homens armados e encapuzados. (olhar nostálgico!!!)


A greve baiana foi só uma parte de um grande movimento nacional por melhores salários na polícia, que começou com a paralisação no Tocantins, atingiu em seguida o Pernambuco e afetou ainda Alagoas, Pará, Piauí, Paraná, Distrito Federal e São Paulo. Na época, o governo anunciou, por meio do ministro da Justiça, José Gregori, um "pacote federal" que visava unificar polícias Civil e Militar. Como todos sabemos, nada foi feito.

Aliás, nada é feito. Isso é um fato. Também me lembro que a Secretaria de Segurança daqui armou um circo em função de um tal Plano Nacional de Segurança. De uma hora para outra, milhares de policiais sitiaram Brotas, um bairro central de EsseEsseÉ, e começaram a inspecionar o lugar: às 5 horas da tarde! Foi outro inferno: fiquei num engarrafamento até 11 horas da noite! Alguém mais lembra disso? Conterrâneos, vocês se lembram dessa palhaçada?


Pois bem: ainda traumatizado com as cenas de EssePê e do tom dramático do Jornal Nacional de segunda-feira, confesso que morri de medo ao ver o governador de EssePê, Cláudio Lembo, ao vivo. Quem é esse homem? Apesar de William Bonner estar pagando de gatinho em frente ao viaduto Roberto Marinho em SP, não consegui me concentrar no argumento do político em recusar ajuda do governo federal. Ele é mórbido. Tão mórbido quanto o PCC. A sombrancelha dele é que está em revolta. Veja aqui.

Agora todo mundo tá aí, nervosinho, cheio de teoriasinhas, planinhos, sabendo que daqui a alguns dias vamos estar envolvidos em um problema bem mais grave: a Copa do Mundo. O Brasil será ou não hexacampeão? Aqui no trabalho vai ter ou não TV? Se os presos exigiram 60 televisores, por que eu não posso também? Que país é esse!!!!

Nenhum comentário: