Minha avó, por exemplo, diria que é muito feio jogar celular na cabeça de uma empregada por ela não ter encontrado a calça que você tanto quer. A Justiça americana também achou isso. Por isso, mais do que uma punição financeira, deu à modelo Naomi Campbell uma pena educacional: prestar serviço comunitário como faxineira. Afinal, Campbell já foi acusada de agressão por pelo menos três empregados. E, caso isso continuasse, pelo dinheiro que tem, ela continuaria batendo em quem quisesse diariamente. Não tenha dúvidas.
Por isso, qual não está sendo o gostinho da empregada agredida e da sociedade de ver uma diva que se considerava toda-poderosa fazendo um trabalho considerado humilde, de simples mortais. Provavelmente, foi a situação mais embaraçosa que a supermodelo já passou na vida. Com certeza, o valor simbólico, de exemplo para outros, é bem maior para a comunidade do que umas moedas depositadas na conta do governo.
Embora no mundo civilizado exista uma preocupação no sentido de criar novas modalidades de penas que substituam a privação de liberdade por medidas que privilegiem o caráter educativo das penas, no Brasil a resposta dos políticos às infrações das leis é sempre "estamos contruindo mais prisões", como se fosse a salvação. Têm surtido efeito colocar um ladão de galinha ao lado de um traficante de drogas? O resultado é o que vemos diariamente nas superlotadas prisões do país.
A Justiça lida também com a simbologia. No entanto, aqui no Brasil, não temos uma única atitude nesse sentido. Nada é feito para dar à sociedade a garantia de que está protegida em seus direitos. Nada, nada, nada. Alguém já imaginou a Eliana Tranchesi, da Daslu, limpando a 25 de março? Ou o ex-deputado Sérgio Naya "batendo uma laje", sem direito a churrasco, cerveja e pagode?
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