Lembro-me de um dia em que fui em Santo Amaro (município em que todo mundo se acha artista) e passei em frente à casa de D. Canô, mãe de Bethânia e Caetano Veloso. O local é ponto obrigatório, assim com a Igreja Matriz e o falecido rio Subaé. Perguntei: "- Carcará tá aí?". Óbvio que ninguém me respondeu, mas eu tinha que fazer isso. Foi uma catarse. Mas uma brincadeirinha.
Canção para a mulher que canta
(para Maria Bethânia, e todos os que vivem sua arte), por Lya Luft.
Tu que és pássaro e és fonte,
Tua arte feita passo, traço e canto
Lança suas redes sobre nós
que em penumbra e espanto te contemplamos
Teu fervor desenha uma paisagem onde seremos deuses,
cravada a tua voz em nossa alma
No exílio desse palco pairas sobre nós,
diante de nós te acendes:
Como faríamos, transidos e encantados,
se tivéssemos a chama que te queima
E esse dom de ser rio
E de ser ponte
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