sexta-feira, 25 de fevereiro de 2005

Papa


E o Santo Padre, hein? Será que passa desse semestre? Ou desse trimestre? Ou dessa semana? Se ele for, aos 84, dessa pra melhor (ou pra pior, ninguém sabe), quem serão os beneficiados e os prejudicados, se houver. Não é possível que em um mundo com Bushs e Severinos, as coisas (intolerância, conservadorismo) piorem ainda mais. Considerações na segunda-feira. Estou atarefado e estressado demais. Perdi em duas provas desinteressantíssimas: Finanças e Métodos Quantitativos. Deus não me ajudou. Desde dezembro deveria ter estudado, mas resolvi fazer isso no domingo, em uma tarde. Como diria o Giovane, de Senhora do Destino: - me fudi-me. Tomara que amanhã faça sol e dê praia.
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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2005

Não se reprima!

É, é uma praga mesmo. O segundo grande show de um astro internacional a acontecer em terras baianas depois dos Menudos, em 1986, broxou. Lenny Kravitz não vem mais para a Bahia. A informação foi dada pelo produtor Júlio César, da RR Produções (agência de Brasília responsável pela turnê do astro no país), ao jornal A Tarde. O curto prazo em que as negociações foram fechadas e a longa distância entre EsseEsseÁ e as cidades do Sul/Sudeste do país, onde ele se apresentará, teriam sido os motivos da exclusão do estado.

“O interesse não era só dele, mas nosso também. Checamos nosso patrocinador e ele também queria, mas as negociações foram em cima da hora. Quando negociamos a turnê, ele disse que o local que gostaria de tocar no Nordeste era Salvador, onde aproveitaria para descansar por três ou quatro dias”, disse Júlio César.

Outro problema enfrentado pela produção é que Lenny cumprirá a turnê de ônibus pelo Brasil. Ele provavelmente deve achar que o país tem o tamanho da Holanda. De acordo com o produtor, ele evita viajar de avião e, quando não tem jeito, utiliza sedativos para encarar o vôo. “Nossa idéia era jogar o show do Rio para terça, dia 22, e fazer um quinto show na quinta-feira, 24, véspera de Sexta-feira da Paixão, em Salvador. Mas a distância para ele viajar do Rio de ônibus para Salvador é muito grande (1.800 km). E seria muito complicado transportar toda a estrutura, que é complexa, e montá-la na Bahia em pouco tempo”, revelou.

Celebrate!, o nome da turnê, conta com 20 toneladas de equipamentos de palco e uma equipe de 66 pessoas. Kravitz estará no dia 15 de março, em Porto Alegre, 17 em EssePê, 19 em Brasilândia e 21 no Rrrrio. Há uma remotíssima possibilidade de tocar em Belo Horizonte. Curitiba também foi descartada. O interesse de tocar em Salvador teria surgido quando Kravitz namorava a modelo baiana Adriana Lima. Agora, ele vai descansar no Rio antes de voltar ao exterior. Grande merda.

- Só lamento...

Bônus Track
Uma amiga, quando soube da última:
- Estou cansada de me deslocar até o Rio ou São Paulo para ter que assistir a shows de artistas internacionais que eu gosto, sabe?
- Sei...
- Foi com Madonna, com o Free Jazz, com o Tim Festival. Eu não aguento mais. Minha conta corrente estoura, fico pertubada.
- É verdade...
- O único que assisti aqui foi o Menudo na Fonte Nova. Foi "o" evento. Há 18 anos que eu espero que alguma coisa aconteça nessa cidade. Saco! Quer dizer... teve o Jimmy Cliff com o Gilberto Gil, mas isso não conta porque eu não gosto muito de reggae.
- Liga não, pra quem assistiu Cher em Nova Iorque, você está é muita chata. Mas apóio sua indignação. Onde já se viu isso?

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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2005

Jenifer & Eleonora

Ao contrário das personagens Eleonora (Mylla Christie) e Jenifer (Bárbara Borges), que vivem um romance homossexual na novela Senhora do Destino da Rede Globo e conseguiram não ser rejeitadas pelo público do folhetim, a realidade nossa de cada dia consegue ser mais pródiga e menos condescendente com essas situações. Ainda.

Terminou de forma melancólica o caso das “amigas” paulistas que fugiram para EsseEsseÁ com o objetivo de tentar uma “vida nova”. C.C.W, 28 anos, formada em arquitetura e estudante do 6º semestre de Medicina, e M.A.C, 39 anos, foram localizadas, na madrugada de sábado, 12, pelos pais da primeira. Eles, com a ajuda da polícia, a levaram de volta para EssePê. Só para constar: os policiais entraram no hotel sem autorização judicial, dizendo ser a ação comum na cidade por causa do Carnaval.

Desesperada e sem notícias de C. desde então, M. procurou o Grupo Gay da Bahia (GGB) e pediu ajuda. “Ela pode estar presa, em cárcere privado, isolada do mundo, querendo falar. Por isso vou fazer de tudo o que puder para preservar a integridade física dela”, disse. Na quarta-feira, o caso veio a público e ganhou destaque na capa do jornal A TARDE, com a chamada: “Mulher luta para recuperar namorada”. Bem singelo.

- Não exagera. É de brincadeirinha, heim, Mylla!

M. e C. se conheceram há nove meses por intermédio de amigos comuns. Em dezembro, deram início ao namoro. No início de janeiro, a arquiteta aceitou o convite de M. para sair de EssePê e tentar uma nova vida em outro local. Primeiro foram para Porto Alegre, depois EsseEsseÁ. Os pais de C., médicos, ao saberem do paradeiro da filha, apresentaram na delegacia um relatório atestando que ela passa por “problemas de saúde” que requerem “cuidados médicos”. No boletim de ocorrência, também acusam M. de se aproveitar da situação de C. para fazê-la usar o cartão de crédito da família, no qual é dependente, para continuar fugindo. O gasto já estava em torno de R$ 5 mil. Foi, inclusive, por meio do cartão de crédito que os pais conseguiram rastrear os passos da filha e localizá-la.

O GGB “entendeu” que tal relatório, emitido por uma clínica particular localizada em Marília, EssePê, não tem validade. "Entendeu" também que a debilidade da saúde de C. é uma farsa forjada pela família para impedir o relacionamento das duas, demonstrando claramente discriminação sexual. Foi o gancho para Luis Mott, coordenador do GGB, considerar a família da arquiteta lesbofóbica (aversão a lésbicas). Mott acusou ainda a delegada de ser conivente com a situação, desrespeitando o direito humano da liberdade de dispor sobre seu próprio corpo. Ele disse: “A união da família e da polícia mostra o quanto os homossexuais são reféns do patriarcado familista, que é um conceito sociológico, onde família tem pátrio poder sobre seus filhos homossexuais”. Enfim...

Quando foi hoje, vem a notícia de que a arquiteta quis deixar a namorada e não foi levada a força pelos pais. “Nunca estive tão bem como estou agora”, disse C. em carta enviada ao jornal e ao GGB. “Que fique bem claro que não escrevi esse e-mail sob pressão. Escrevi apenas por achar necessário declarar que estou bem e para que parem de escrever mentiras em sites e jornais”. Sei...sei... Ela disse também que não foi retirada à força da capital baiana e que voltou para casa por livre e espontânea vontade. Tá... tá... Mas, aí, eu fiquei encucado: Se C. voltou pra casa por livre e espontânea vontade, por que ela ficou perambulando com a outra pelo país? Estava brincando de esconde-esconde com os pais por acaso?

M. não se conforma com a situação. “Como uma pessoa formada em Arquitetura e no sexto ano de medicina pode ser considerada incapaz?”, lamentava na delegacia. E o caso ficou por isso mesmo, sem o final feliz de Senhora do Destino.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2005

Soberbamente Daniella

Ou: Eu tenho o Ronaldinho, tá, meu bem?

"O que você tem contra mim?", Caroline perguntou. "Não quero você na minha festa. Mas Álvaro, você, se quiser, pode ficar", disse Daniella Cicareli, ao expulsar a modelo Caroline Bittencourt de seu pré-casamento no castelo de Chantilly, na França. Caroline acompanhava o empresário Álvaro Garnero, um dos melhores amigos do jogador fenômeno.

Daniella Cirareli está vivendo há alguns meses no mundo das maravilhas. Depois que oficializou no programa Fantástico, da Rede Globo, seu romance com jogador Ronaldinho, ela foi alçada à condição de celebridade de primeira grandeza e está com o poder. Por isso, está fazendo e acontecendo. E caga e anda pra todo mundo, inclusive para seus ex-amigos, que não conseguem reconhecer mais a “nova” Daniella. Muitos estão ainda magoados e incrédulos com a mudança repentina do comportamento e temperamento da ex-doce Dani.

- Ai, me erra, minha gente!

Na segunda-feira, 14, a modelo protagonizou, ao lado do milionário jogador, o mais badalado casamento (ops!, pré-casamento, união, espetáculo a dois, etc...) de todos os tempos da última semana. 250 pessoas, alguns deles brasileiros, foram convidadas (a maior preocupação de Cicarelli nos últimos meses era vetar nomes) para a boca livre no Castelo de Chantilly, na França. Um forte esquema de segurança foi montado para evitar a entrada de intrusos e, principalmente, famigerados jornalistas. Nenhum dos convidados pôde, inclusive, entrar com celular para evitar que se registrasse imagens do evento.

Especula-se que a expulsão da namorada Garnero despertou a ira da noiva possivelmente por causa de um ex-namorado em comum, o João Paulo Diniz. Caroline Bittencourt namorou Diniz durante dois meses, até novembro, antes de Alvaro. "Ela é uma mulher estonteante. Todo mundo virou a cabeça para vê-la passar. O Figo ficou louco. A outra [Daniella] não agüentou a concorrência", acredita o empresário, em declaração à Folha. Dani estava acompanhada de seis seguranças quando foi tirar satisfação.

Apesar da falta de elegância de tirar o fôlego, isso é história pra criança. A saia justa é apenas mais uma de uma série de atitudes que a moça tem tido durante esses meses em que seu cachê superfaturou. Não torço contra a felicidade de ninguém. Mas, alguém já avisou para Dani que existe o dia de amanhã?

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2005

Paulistas e cariocas em EsseEsseÁ

Ou: Os brasilienses fugiram de mim

Como fui de carnaval? Bem, obrigado. Como previsto pela experiência, muita chuva (refrescou demais até!), suor, cerveja e outras miudezas. Mas, como contar tudo o que vi, ouvi e fiz é extenso, prefiro não reproduzir por preguiça. Fica, então, guardado no meu baú como repertório para outras ocasiões. Vou, no entanto, comentar uma cena, sim, posso dizer isso, uma cena carnavalesca (não necessariamente de carnaval), envolvendo paulistas e cariocas. Para minha decepção, este ano não tenho nada a contar sobre os brasilienses, que sempre me dão um material bastante rico. E, como nada se compara ao comportamento dos turistas nacionais fora de sua terra de origem, o meu dedo coça.

Ainda era sexta-feira de carnaval. Eu, na praia, sem perceber, fiquei entre três mulheres cariocas exuberantes, com um Bob Esponja de plástico à tiracolo de quase um metro (se contar as pernas), e três mulheres e um homem paulistas discretos. Todos animados. Fora o sotaque e o distanciamento (entre eles), nada demais. Preferi focalizar minha atenção em um grupo de australianos à minha frente. Não sei o porquê, mas australiano sempre me intriga: me questiono o que fazem num lugar tão distante de casa. Me questiono o que é mais exótico, se a terra do Taz, do canguru e do ornitorrinco ou o nosso país do futebol e carnaval. Enfim, deixei os nacionais de lado e fiz questão de me entrosar com eles e compartilhar nossas excentricidades.

Uma hora depois, as cariocas começam a dizer para quem quiser ouvir que vão embora. “Vamos, amiga!”. Elas fazem de sua saída da praia um acontecimento. Primeiro, uma delas pede que um atendente dê um banho no seu Bob Esponja. “Ai, cê lava meu acompanhaaaanteeee pra miiimmm. Ele se sujou todo de areiaaaaa”, disse, toda meiga. (Não vou dramatizar fala com sotaque, heim?!). Enfim, foi o suficiente para as paulistas pararem o que estavam fazendo e passassem a só trocar olhares entre si. Bebiam caipirosca de canudinho muito vagarosamente. Uma delas começou a balançar a cabeça de um lado para o outro. Uma outra, colocou as mãos na altura do colo e cruzou as pernas, como se estivesse se preparando para algum espetáculo. Até aí, tudo bem. Quando o atendente retornou, deu-se o seguinte diálogo:

- Ai, brigada. Caraca, você não afogou meu Bob Esponja, não, né?
- Que é isso!! (risos)
- Animado pro carnaval, tá?
- (risos)
- E aí, vai sair em algum bloco?
- No Nana Banana. (Nota: O abada do Nana Banana custa entre R$ 600 e R$ 800)
- Você vai sair no Nana? Mentira. Deixa de ser nojento, garoto!
- (risos)
- Ai, que nojento. Podre. Ele vai sair no Nana Banana e eu nem isso.
- Blá, blá, blá...

Enquanto o atendente levava tudo na esportiva, uma das paulistas estava vermelha de raiva. Ninguém dava um pio. Eu vi sangue. Depois que as meninas do Rio foram embora, não deu outra. “Ai, que raiva me deu aquela garota”, “Então... mas me deu uma vontade de pular em cima dela”, "Preconceituosa filha da p..." e “Que otária, meu...” foram as declarações mais singelas do outro grupo. Aí, veio a pérola que faltava: “É por isso que eu não gosto de ir pro Rio. Carioca é tudo a mesma coisa. Eu não suporto nem ouvir aquela vozinha irritante, pxxxiiii, pxiiiii, pxxxiiii”. Blá, blá, blá.

Para quem está acostumado a ver as trocas de delicadezas entre o povo de EssePê e do Rrrio em blogs e grande mídia, não imagina o dia-a-dia, ainda mais em território neutro. Mas, cá pra nós, é impressionante a facilidade com que as pessoas têm em generalizar o comportamento de um indivíduo. Ainda mais se ele não pertencer ao seu grupo. É como se futilidade, esnobismo, burrice ou falta de educação tivesse a ver com a naturalidade, gênero, profissão, etc., dela.

Bônus Track
Além de muitas entrevistas com globais de segunda e terceira categoria, big brothers e artistas alçados à condição de estrelas, o que se viu nas transmissões do carnaval foram muitos foras ao vivo. Além do pênis de borracha que um folião balançou ao vivo na transmissão da Band, toda vez que isso acontece, me lembro de um episódio do Programa Legal, em que Luis Fernando Guimarães está fantasiado, dentro de um baile de carnaval. O barulho é ensurdecedor, ele está pulando, bêbado e bastante animado. Um repórter chega (não sei se era o Diogo Vilela), pega ele pelo braço e começa a fazer uma entrevista ao vivo, gritando:

- E aí, tá gostando do carnaval?
- Heim? Oooiiii, eu sou de Rondônia.
- Há quanto tempo está na cidade?
- O quê, eu sou de Rondônia.
- Você é gay?
- Eu sou de Ron-dô-nia.

Como se diz por aí, Carnaval não é época para perguntas difíceis. Pensar, só depois da quarta-feira de cinzas.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2005

Chuva, suor e cerveja

Ou: We are carnaval, we are, we are folia. We are the world of carnaval, we are Bahia.*

Cenas de carnaval **

Depois de tanta espera e expectativa, finalmente o Carnaval de EsseEsseÁ começa hoje. Até mais ou menos o meio dia de quarta-feira de Cinzas, a cidade viverá só em função da folia. Poucas atividades (supermercados/hospitais) funcionarão durante esses dias. Quem tiver alguma coisa pendente ou faz hoje ou deixa para a próxima quarta-feira. É assim que a coisa funciona por aqui.



Infelizmente, este ano não ganharei nenhum dinheiro na folia. O que é péssimo. Por isso, só vou gastar, gastar, gastar, o que é mal, muito mal, mal mesmo para a minha conta corrente. Ser patrocinado pelo meu próprio dinheiro é a pior coisa, não está com nada. É o mesmo que descer ladeira (íngreme) sem freio. Nem o meu Visa poderá entrar na roda, uma vez que nenhum dos 68 mil ambulantes aceita cartão de crédito. Então, vamos rezar para não estourar o limite do cheque especial, heim, minha gente?


Aparentemente, o tempo está bom nessa cidade. Chove um pouquinho e pára. Chove mais um pouquinho e pára. Espero que continue assim e a chuva cumpra decentemente a sua função nessa festa: refrescar e limpar o ar. Não quero mais terminar meu percurso às 5 horas da manhã (começa mais ou menos às 22 horas) encharcado, como no ano passado, onde abada virou trapo e fantasia virou trapo. Mas, como todo mundo estava bêbado e também um trapo em pessoa, tanto faz. Quando você está no meio de 2 milhões e 200 mil de pessoas na rua, ninguém repara. E, como provavelmente meu estado estará alterado durante esses dias, esse blog só voltará a ser atualizado na "quinta-feira de cinzas". Portanto, se jogue, caia na gandaia, mas não se perca de mim, não se esqueça de mim, não desapareça, tá?


Aliás, claro que pensarei seriamente no caso de voltar aqui se se confirmar a vinda de Mr. Kravitz à Bahia. Dizem por aí a boca não tão pequena assim que ele viria quatro dias depois de fazer o show no Rrrrio, dia 21 de março. Ninguém confirma. O site não diz nada. Mas, o antenado Phelipe traz a boa notícia de que ele pode vir ao estado. Se não for para fazer um show, pelo menos virá na tentativa de reconquistar o coraçãozinho da badaladíssima modelo Adriana Lima. Será? Será! Será! (O que é o bombardeio de uma propaganda, não é mesmo? Toda vez que essa palavra surge, vem à minha mente aquele filme idiota da Skol. Nojo.) Por falar em Adriana, tenho um primo que diz ter se recusado a namorá-la, quando a garotinha, sequinha e esquisita, ainda morava no singelo e modesto bairro de Castelo Branco em EsseEsseÁ. Não preciso nem dizer que ninguém da família acredita nessa história, não é verdade?


Chiquita bacana
Como já está ficando tradicional, vi Caetano e Paulinha na festa de Iemanjá, no Rio Vermelho, como havia previsto no post de terça-feira. Já percebi que eu tenho sangue doce para essas coisas. Caetano, todo de branco, chegou na praia no horário em que o presente principal saiu em direção ao alto mar, por volta das 17 horas. Estava meio espavorido, praticamente pulando as pedras escorregadias da praia com flores na mão para chegar a não sei que lugar. As pessoas, quando percebiam que era ele, não adiantava fazer muita coisa, porque ele já estava longe, pulando de pedra em pedra feito um menino de 12 anos. Foi algo inacreditável, que nem eu conseguiria fazer igual e com tamanha rapidez. Ainda mais usando uma sandália de couro.


Paulinha e um séquito bem que tentavam seguir os passos do ex-marido dela. Não deu. Então, (estava ansioso por algum piti), teve um momento que ela parou e fez com que os retardatários parassem também, cruzou os braços e olhou fixamente Caetano, que estava a uns dez metros à frente. Aí, Caetano, sem saber porque aquelas pessoas estavam ainda tão longe, parou e as esperou. Quando chegaram perto, saiu novamente em disparada e, nesse instante, o perdi de vista. São nessas situações que eu fazem me questionar porque ainda não tenho uma câmera portátil. Eu adoro muito tudo isso.

* Acho essa música podre. Mas adoro. ** Fotos: Emtursa

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2005

O mais é nada


Navegue, descubra tesouros,
mas não os tire do fundo do mar,
o lugar deles é lá.

Curta o sol, se deixe acariciar por ele,
mas lembre-se que o seu calor é para todos.

Sonhe com as estrelas, apenas sonhe;
elas só podem brilhar no céu.

Não tente deter o vento,
ele precisa correr por toda parte,
ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde.

Não apare a chuva,
ela quer cair e molhar muitos rostos,
não pode molhar só o seu.

As lágrimas? Não as seque,
elas precisam correr na minha,
na sua, em todas as faces.

O sorriso! Esse você deve segurar,
não deixe-o ir embora, agarre-o!

Quem você ama?
Guarde dentro de um porta-jóias,
tranque, perca a chave!
Quem você ama é a maior jóia
que você possui, a mais valiosa.

Não importa se a estação do ano muda,
se o século vira e se o milênio é outro,
se a idade aumenta;
conserve a vontade de viver,
não se chega a parte alguma sem ela.

Abra todas as janelas que encontrar
e as portas também.
Persiga um sonho,
mas não o deixe viver sozinho.

Descubra-se todos os dias,
deixe-se levar pelas vontades,
mas não enlouqueça por elas.

Procure os seus caminhos,
mas não magoe ninguém nessa procura.

Arrependa-se, volte atrás, peça perdão!
Não se acostume com o que não o faz feliz,
revolte-se quando julgar necessário.

Alague seu coração de esperanças,
mas não deixe que ele se afogue nelas.

Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudade, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se achá-lo, segure-o!


"Circunda-se de rosas,
ama,
bebe
e cala.
O mais é nada"

Dizem que é de Fernando Pessoa. Eu nunca tinha visto. Mas achei por aí e resolvi publicar aqui e compartilhá-la. Nada como boas lembranças.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2005

Dia de festa no mar

O bairro do Rio Vermelho, em EsseEsseÁ, já está preparado para a tradicional Festa de Iemanjá, uma das mais bonitas do verão. Ela fecha o ciclo de festas populares da Bahia antes do Carnaval. Apesar de ser a maior manifestação religiosa pública do candomblé (não há parte católica, ao contrário de outras festas), com filhas e mães-de-santo espalhadas pela praia, o dia é um dos melhores momentos para se compreender Bahia e se estar baiano. No ano passado, cerca de 200 mil pessoas participaram dos festejos.

A partir de hoje, as oferendas, presentes e pedidos já começam a ser depositados por fiéis e admiradores na Casa de Iemanjá (Colônia dos pescadores Z-1). A festa, porém, só tem início às 2h da madrugada de amanhã, com a chegada do presente de Oxum ao Dique do Tororó. Como Oxum e Iemanjá são ligadas às águas, uma doce e outra salgada, e as energias são parecidas, segundo os adeptos do candomblé, ao se homenagear uma obrigatoriamente a outra tem que ser reverenciada. Por isso que, antes de se festejar uma, a outra tem que ser... digamos... paparicada.
- Sabe, eu adoro a festa de Iemanjá. Paulinha também adorava

Às 5h, o presente principal oferecido pelos pescadores chega à colônia, acompanhado por uma alvorada de fogos. A partir das 6h, fiéis, turistas, autoridades e adoradores voltam a colocar presentes nos 300 balaios. Lá pelas 16h30, cerca de 400 embarcações que fazem parte do cortejo deixam a praia do Rio Vermelho e seguem em direção ao alto mar. À noite, a festa religiosa se transforma em festa de largo, com barracas de comidas e bebidas típicas (bagaceira pura, diga-se). Os finos vão para as feijoadas oferecidas por famosos nas redondezas.

Os artistas são uma atração à parte no evento, principalmente Caetano Veloso, que aparece do nada na praia. Lembro-me de um ano em que ele chegou com “Paulinha” e “Paulinha” Burlamaqui, além de um séqüito. Tudo muito discreto como convém. Mas um turista desavisado foi tirar uma foto e Caetano parou. “Paulinha”, com uma mão na cintura e outra batendo na coxa disse: “- Vamos, Caetano!”. E ele foi. Hilário.

Polêmica
Como no Rrrrio, todo ano tem uma polêmica no carnaval baiano. Ontem, o cantor da banda Jammil e Uma Noites, Tuca Fernandes, foi indiciado por apologia às drogas. Ele foi acusado de propagandear o uso do lança-perfume (prática proibida por lei), através da canção Lança lança. Simplesmente, quem cantá-la será autuado em flagrante, sem direito a pagar fiança. O caso ainda vai ser julgado pelo Ministério Público, mas, de qualquer maneira, o cantor, bem humorado, se apresentou ontem mesmo para as câmeras, ops!, para o delegado. Bem, desde que eu me lembre, as músicas de carnaval nunca foram ingênuas e não são poucas as canções que fazem apologia às drogas, ao sexo ou à violência. Das duas uma: ou esse país não tem lei séria ou nossas autoridades gostam é mesmo de um circo.

- Aê, desculpaê seu delegado. Foi mal, heim! (hehe)